O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou pedido do Bradesco para que a Microsoft conceda acesso aos e-mails da cúpula da Americanas. A juíza deu prazo de três dias para que a empresa de tecnologia promova a retirada, pela empresa de perícia (Kroll Associates), de cópia de todas as caixas de e-mails das pessoas listadas na ação do Bradesco.
A decisão prevê ainda que as empresas de auditoria PwC e KPMG sejam comunicadas sobre a obrigação de preservar toda a correspondência física e eletrônica que se relacione às auditorias realizadas nos últimos dez anos na Americanas.
A Justiça de São Paulo já havia decidido a favor da busca e apreensão de e-mails na sede da Americanas, mas a Justiça do Rio se negou a cumprir a ordem por considerar que a comarca de São Paulo não poderia intervir em sua área de atuação. A defesa do Bradesco, por sua vez, buscou a alternativa de pedir os e-mails à Microsoft, que tem sede em São Paulo. Pessoas próximas ao assunto colocam em dúvida a capacidade da Microsoft de ter acesso e tornar disponíveis os dados.
Ao comentar nesta quarta, 8, sobre o balanço do Itaú Unibanco, publicado na terça-feira, 7, o presidente da instituição, Milton Maluhy, disse – sem citar o nome da Americanas – que o caso foi “surpreendente”. “Estamos falando de uma companhia aberta, com balanço auditado, controladores relevantes. Fraude não era algo esperado”, afirmou.
De acordo com Maluhy, o banco não restringiu a concessão de crédito a outras companhias em função do caso envolvendo a Americanas.
Com informações de Estadão Conteúdo (Talita Nascimento e Matheus Piovesana).
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