O Instituto Foodservice Brasil (IFB) é uma das entidades que acompanha com muita apreensão a evolução do novo coronavírus no país e faz parte de um setor fundamental da economia, composto por bares e restaurantes, com faturamento superior a R$ 400 bilhões e que emprega cerca de 6 milhões de brasileiros.
Durante a live Mercado & Consumo em Alerta, em parceria com a GS&MD, empresa do Grupo GS& Gouvêa de Souza, Ely Mizrahi, presidente do IFB disse que mais de 1 milhão de pontos comerciais em todo o país integram as associações, entre marcas independentes, redes e franquias, empresas líderes em seu segmento e atendem milhares de pessoas diariamente, por isso, o atual momento preocupa os diversos elos da cadeia (operador, distribuidor e indústria).
O empresário acredita que a perda da insegurança por parte dos consumidores ainda vai levar um tempo e os restaurantes vão precisar repensar seu modelo de negócios. Ainda segundo ele, o momento poder ser uma oportunidade para as empresas se reinventarem além da cozinha. “Eficiência, capacitação da mão de obra e reengenharia do cardápio são, por exemplo, pontos que podem ser revistos e atualizados em meio a este cenário incerto que o país enfrenta”, explica o empresário que aponta ainda o desafio da sobrevivência no setor para os próximos seis meses.
Nesta direção, que envolve a busca por alternativas para tentar manter as operações saudáveis, a digitalização dos negócios pode contribuir, já que é possível aplicar essa prática em todos os elos da cadeia. Na área comercial, por exemplo, a visita é primordial para o setor, mas com a crise ela ficou altamente comprometida, obrigando a transferência da relação presencial para uma conversa remota. “Muitos estão acelerando seu movimento de digitalização para se conectarem com os pontos de contato, mas ainda não é o suficiente”, alerta o executivo.
Para colaborar com esse cenário de incertezas, o IFB – ao lado das entidades citadas no início da matéria -, tem feito gestões junto ao Governo Federal, estados e municípios para minimizar os efeitos do coronavírus na economia. Delivery como serviço essencial para a sociedade, Financiamento de impostos devidos e do período da crise, desoneração da folha de pagamentos e Criação de linhas especiais de crédito são algumas das medidas defendidas.
“O desafio pelo qual passa nosso país, seja em relação à saúde pública como na condução da economia, não tem precedentes em nossa história. Poupar vidas e preservar empregos com medidas práticas adotadas por governos, pelas empresas e pelos cidadãos é missão fundamental e prioritária nesse momento”, explica Mizrahi.
Perguntado sobre os desafios operacionais de supply-chain, o presidente do IFB disse que o operador foi o primeiro elo da cadeia a sentir o impacto da crise, já que ele tem o papel de conectar a indústria e o distribuidor. Para ele, o principal desafio do operador é a sobrevivência e o distribuidor deve levar todas as informações que o pequeno operador precisa neste momento, assim como a indústria deve estar alinhada e sensível a este momento.
“Precisamos nos ajudar como cadeia, porque se a indústria não apoiar o distribuidor, ele também vai morrer. É necessário colocar em prática uma rede de solidariedade, pois se não buscarmos soluções que transcendam apenas aquele elo específico da cadeia, lá na frente teremos uma cadeia sem engrenagem”, ressaltou que finalizou sua participação destacando a solidariedade, conexão e serenidade como pontos-chave para a ajuda na tomada de decisões assertivas para o momento.
* Imagem divulgação