Além de presentear família e amigos, vem crescendo entre os consumidores o hábito de se auto presentearem no Natal. De acordo com pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 65% dos consumidores devem comprar presentes para si mesmos neste final de ano. Isto representa um crescimento de 11% em relação ao ano passado.
A expectativa é que 101,6 milhões de pessoas adquiram presentes para si mesmas neste Natal, movimentando cerca de R$ 36,7 bilhões na economia. A pesquisa foi realizada nas 27 capitais brasileiras com 686 pessoas.
O estudo aponta que o principal motivo para o auto presente é o aspecto emocional de suprir uma necessidade, aliada à ideia do “eu mereço”. De acordo com o levantamento, entre os que estão dispostos a comprar presentes para si mesmos, 51% afirmam que o fazem por precisar de algum produto e, por essa razão, aproveitam esta época. Outros 30% justificam ser uma recompensa por terem trabalhado muito em 2019, enquanto 17% admitem que o Natal é somente um pretexto para comprar.
O gasto médio do presente será de R$ 170, sendo que 42% têm intenção de gastar até R$ 150. Em média, a pesquisa mostra que os consumidores planejam comprar dois presentes para si próprios. Os itens mais desejados são roupas, com 55%, seguidos por calçados com 31%, perfumes e cosméticos com 27%, celulares ou smartphones tem 17% da preferência, acessórios com 14% e livros somam 11% da escolha.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é importante o consumidor ficar atento às suas finanças para evitar endividamentos. “Nesta época há muitos custos que vão muito além dos presentes de Natal. O ideal é planejar as despesas de acordo com o orçamento pessoal e familiar, sabendo com antecedência quanto será possível gastar”, disse Marcela.
As crianças e adolescentes também são muito presenteados. O estudo concluiu que 47% dos consumidores com filhos garantem comprar sozinhos os presentes das crianças, enquanto 50% admitem que os filhos são os verdadeiros influenciadores na hora da escolha, pois 43% escolhem conjuntamente com os pais e 7% permitem que os filhos tenham a palavra final sobre o presente.
Quase 11% dos entrevistados admitem que vão deixar de pagar alguma conta para atender às vontades de seus filhos, especialmente o cartão de crédito, com 4% e os impostos de início de ano com 3%. Em contrapartida, 77% não pretendem deixar de pagar contas com esse objetivo e 11% ainda não decidiram o que farão.
“Os pais têm todo o direito de agradar aos filhos, desde que priorizem o pagamento das despesas básicas e demais necessidades familiares”, disse José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil.
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