A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE apontou crescimento real no varejo restrito de 5,9%, em novembro de 2017 na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Este foi o oitavo mês consecutivo de aumento de vendas e a segunda maior taxa registrada em 2017.
Na comparação de novembro com outubro de 2017, o indicador do IBGE encerrou com variação positiva de 0,7%, já descontada a inflação. No acumulado do ano, ou seja, de janeiro a novembro de 2017, o varejo restrito apontou crescimento real de 1,9%.
Das dez atividades monitoradas pelo IBGE, sete tiveram resultados positivos na comparação anual. Destaque novamente para a atividade, que tiveram maior crescimento em novembro de 2017 na comparação anual ficou com móveis e eletrodomésticos, entre os outros segmentos, fechando em 15,6%.
Eduardo Yamashita, sócio-diretor da GS& Inteligência, defende: “o resultado positivo para estas linhas está associado à redução da base de comparação em 2016, da queda de preços nos produtos eletrônicos e móveis, o IPCA acumulado de 12 meses de novembro de 2017 para produtos eletrônicos é de -5,36% e de móveis é de 0,21 % e da queda das taxas de juros para as pessoas físicas.” Segundo o Banco Central, a taxa média de juros no crédito às famílias caiu de 43,2% em novembro de 2016 para 34,4% em novembro de 2017.
A área de artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria, fechou com crescimento real de 8,0% no mês de novembro de 2017 na comparação com o mesmo período do ano anterior. É o sétimo crescimento consecutivo, “depois de um começo de ano ruim que foi comprometido devido à pela elevação dos preços dos produtos”, disse Yamashita. A variação acumulada no ano fechou 2,0%.
Outra atividade a manter uma sequência de resultados positivos foi a de tecidos, vestuários e calçados, que teve um crescimento de 7,7% nas vendas reais, no acumulado do ano de 2017. Foi o segundo segmento que mais cresceu no acumulado do ano, ficando atrás somente de móveis e eletrodomésticos.
O crescimento da massa de rendimento real habitualmente recebida e a deflação do preço dos alimentos em domicílio beneficiou o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que apontou alta de 5,2%.
Algumas áreas, no entanto, apresentaram resultados negativos, como a de livros, jornais e papelaria, que apresentou queda de -3,5% e combustíveis, que caiu de 2,5%. “Esta queda foi causada pelo aumento dos preços dos combustíveis acima da variação média da inflação”, disse Yamashita. O setor acumula queda de 2,9%, no período de janeiro a novembro.
Os principais indicadores econômicos a possuir forte correlação com o consumo são emprego, renda, inflação e índice de confiança. O desemprego no Brasil atingiu no período acumulado de setembro a novembro de 2017 a taxa de 12,0%. Yamashita acredita que o resultado signifique uma melhora, embora ainda esteja longe do ideal. “O desemprego ainda está alto, mas índice vem perdendo força, se compararmos com os primeiro três meses do ano, quando tínhamos uma taxa de 13,7%. Já na comparação com o mesmo trimestre de 2016, quando a taxa foi estimada em 11,9%, o quadro foi de estabilidade. É um indicativo de recuperação gradual da economia”, disse.
A pesquisa do IBGE também indicou que o rendimento médio real habitual ficou em R$ 2.142, no trimestre setembro-outubro-novembro de 2017, mantendo estabilidade frente ao trimestre anterior, quando ficou em R$ 2.122 e, também, em relação ao mesmo trimestre de 2016, em que fechou em R$ 2.087.
A massa de rendimento real habitual foi de R$ 191,9 bilhões no trimestre encerrado em novembro de 2017, apresentando um crescimento de 2,0%, ou mais de R$ 3,7 bilhões, em relação ao trimestre de junho a agosto. Frente ao mesmo trimestre de 2016, houve aumento de 4,5%, ou R$ 8,2 bilhões.
A inflação acumulada em 12 meses apresentou retração. A inflação acumulada fechou novembro de 2017 em 2,80%, uma queda de 4,19 pontos percentuais, em comparação com o fechamento do ano passado, quando o indicador estava em 6,99%. Os setores de produtos eletrônicos e de alimentação no domicilio apresentaram deflação.
O indicador de confiança do consumidor de dezembro de 2017 fechou em 86,4 pontos. Para o sócio-diretor da GS& Inteligência, “a confiança do consumidor em 2017 foi bem melhor do que apontada em 2015 e 2016, mesmo com a ligeira queda em dezembro após três meses em alta”.
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