O consumo de chocolate na Páscoa se recuperou em 2018 após a queda em 2017. Para a Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Amendoim e Balas (Abicab), a tendência de crescimento deve ser mantida este ano.
Mais de 11 mil toneladas de ovos de Páscoa e derivados foram produzidas em 2018, um crescimento de 26% na comparação com 2017. Para atender a um público cada vez mais exigente e preocupado com saúde e qualidade, a variedade de produtos foi ampliada.
Uma das tendências atendidas é a de produtos sustentáveis. Surgiram itens feitos de forma responsável e mais saudáveis. Fazem parte desta linha novos negócios de produtores artesanais que apoiam agricultores locais. Exemplo disso é que as amêndoas de cacau orgânico são compradas diretamente dos produtores, que costumam fazer parte de cooperativas focadas no aprimoramento das técnicas de produção, incentivando cultivos orgânicos e mais produtivos.
Os chocolates amargos e meio amargos, com alto teor de cacau também vêm crescendo na preferência dos consumidores, afirmou Ming Liu, diretor da Organics Brasil, entidade voltada para a difusão da imagem do projeto Brasil Orgânico no mundo.
A fim de atender este público, a Garoto lançou a nova linha Terruá para os chocolates Talento, com porcentagens de cacau que variam entre 38% e 70%, nos sabores açúcar de coco, açaí, maracujá e cupuaçu. Os produtos são veganos, feitos com cacau orgânico originário da Mata Atlântica e não contém glúten e lactose.
Por outro lado, nos últimos anos, alguns varejistas acumularam grandes estoques de ovos de Páscoa nos últimos dias da quaresma, dando origem a promoções. Assim, muitos consumidores deixam para a última hora as compras de chocolate, a fim de aproveitar estas ações.
Osvaldo Nunes, proprietário da Chocolândia, rede especializada em chocolate do estado de São Paulo, informa que nos dois últimos dias antes da Páscoa o consumidor já encontra ovos 30% mais baratos, com tendência de queda nos preços até o “leve 2 pague 1”.
“Como ficamos abertos 24 horas por dia durante a Páscoa e somos muito acessíveis para negociar, o estoque dos fabricantes acaba sendo desovado em nossas lojas e o consumidor final já sabe disso”, disse Nunes.
A grande diferença de preço entre diferentes formatos do mesmo chocolate incomoda o consumidor brasileiro. As barras de chocolate são muito mais baratas que os ovos, sendo possível comprar várias barras por um terço do preço do ovo. Por este motivo, muitos optam por outros presentes, como lembrancinhas e trufas.
Outra tendência para a Páscoa que vem crescendo são as compras por delivery e apps. Segundo pesquisa da Nielsen, a venda de ovos pela internet cresceu 69% em 2018. A venda online de barras de chocolate cresceu 365% nos 30 dias antes da data, na comparação com o mesmo período de 2017.
Além dos chocolates, os deliveries também oferecem pratos prontos para a ceia, ingredientes para as receitas e presentes. Para aproveitar esta oportunidade, redes varejistas têm firmado parceria com empresas como a Rappi ou criado serviços de entrega próprios.
A vantagem que os aplicativos oferecem é o cuidado com os produtos no transporte, sobretudo com os ovos de chocolate. Eles costumam ser transportados em bolsas especiais que controlam a temperatura e contam com prateleiras, para evitar que ovos derretam ou quebrem.
*Imagem reprodução