O risco inflacionário, a alta nos níveis da taxa de juros, o aumento do endividamento das famílias e as instabilidades políticas são as principais preocupações dos empresários brasileiros para este ano, segundo a pesquisa “Agenda”, realizada anualmente pela Deloitte.
A inflação acima de 5% foi a preocupação mais mencionada pelos empresários entrevistados, tendo sido citada por 75% deles. O risco de uma crise política ou institucional aparece em segundo lugar (72%), seguido pela Selic acima de 10% (65%), pelo aumento da dívida pública (64%) e pelo endividamento das famílias (60%).
A percepção sobre o cenário econômico em 2022 obteve nota média de 3,0, em uma escala de 0,0 (muito ruim) a 5,0 (muito bom).
“Os mais diversos fatores econômicos e fiscais preocupam os empresários brasileiros, ainda mais após uma crise sem precedentes como a causada pela pandemia da covid-19, que impactou negativamente muitas organizações nos últimos três anos. Para 2023, inflação, juros, volatilidade do dólar, crise política e endividamento são grandes preocupações, pois o empresariado tem plena consciência de que tudo isso afeta o dia a dia de uma empresa”, destaca João Gumiero, sócio-líder de Market Development da Deloitte.
Para o executivo, os empresários devem ter clareza de que uma agenda de investimentos estratégicos será fundamental para transformar as atividades das empresas, a fim de que mantenham a competitividade diante desse cenário.
Situação pós-covid-19
Apesar de parte importante (21%) das empresas ter recuperado o volume de vendas do período pré-pandemia, 46% dizem que ainda não recuperaram seu negócio em todas as frentes de resultados ou atividade.
Para 33% das organizações participantes, a pandemia da covid-19 não impactou as operações. Neste contexto, destacam-se empresas dos setores de TI, telecomunicações, serviços financeiros, agronegócio, educação, extrativas e prestadoras de serviços às empresas.
As organizações apontaram os seguintes impactos mantêm-se nos dias atuais: margem de lucro abaixo do nível pré-pandemia (24%), volume de vendas abaixo do nível pré-crise (20%), ainda pagam gastos acumulados durante a crise (16%), clientes permanecem inadimplentes desde a crise (11%), não recuperaram a liquidez ou alto endividamento (10%) e não recuperaram o quadro de profissionais (9%).
Mais de um terço dos empresários enxerga reforma tributária com bons olhos, mas receia novos impostos A simplificação do modelo tributário brasileiro é a principal expectativa do empresariado frente à reforma tributária: 37% entendem que o impacto será positivo nas empresas. Já 43%não sabem avaliar qual seria o impacto, enquanto 20% acreditam que o impacto seria negativo.
Em respostas múltiplas, os empresários entrevistados têm as seguintes preocupações relacionadas à reforma tributária: novo impostos ou taxas subnacionais (63%), nova política tributária desestimular o empreendedorismo e o investimento (53%), a tributação de lucros e dividendos (50%), o risco de bitributação durante a transição de modelo (47%), diminuição ou fim dos regimes especiais de tributação para a indústria (27%) e diminuição ou fim dos regimes especiais de tributação para a região (23%).
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