Nesse artigo nos desafiamos a projetar qual será a penetração dos canais digitais nos diferentes segmentos de consumo e varejo com a nova realidade e hábitos impostos pelo Covid-19.
Tenho certeza você, seu time e sua organização estão se perguntando e conjecturando como será o mercado no Pós-Covid-19, uma vez que os consumidores de todas as idades, classes, perfis, e geografias estão se obrigando a experimentar os canais digitais para se conectar, pesquisar e comprar categorias que nunca antes tinham se predisposto a fazer.
STATUS PRÉ-COVID-19
A penetração e relevância dos canais digitais no Brasil crescem inexoravelmente ano após ano, do lado da oferta temos um exponencial desenvolvimento da disponibilidade de opções, interconexões e facilidades proporcionadas pelo mundo conectado, do lado da demanda temos um vertiginoso desenvolvimento da maturidade digital dos brasileiros evidenciado pelo aumento da penetração e uso dos canais digitais, aliados à uma queda expressiva do custo de entrada.
Esses são apenas alguns dos fatores que proporcionam o crescimento do digital no Brasil e nem mencionamos outros movimentos que empurram os consumidores nessa direção como a adoção de redes sociais, mensageiros, carteiras digitais (e o futuro PIX), agregadores, aplicativos de economia compartilhada, etc.
No início do ano, no cenário Pré-Covid-19, as projeções de mercado apontavam crescimento de 18% para 2020, indicando um crescimento da penetração dos canais digitais no total de vendas do varejo dos atuais 4,8% para um patamar na ordem de 5,0% a 5,5% em 2020.
Projetando o ritmo de crescimento Pré-Covid19, atingiríamos no Brasil em 2029 a mesma maturidade e penetração que os EUA têm atualmente em 2019/2020, como aponta o gráfico abaixo.
A LINHA DOS 20%
Analisando a evolução dos mercados Norte Americano, Europeu e Asiático, podemos notar que existem um patamar de penetração das vendas digitais que quando atingido indica que aquele segmento está prestes ou já foi disruptado por conta das transformações do digital, acreditamos que esse patamar gira na casa dos 20% de penetração.
Claro que ao atingir os tais 20% estamos falando que o digital se torna um canal absolutamente relevante para aquela categoria, afinal 1/5 das vendas é feita através dele, mas estamos analisando uma transformação muito mais profunda, uma mudança no comportamento do consumidor, na jornada de compras, na forma de comunicação, na dinâmica de preços, etc. Via de regra, nos países e nos segmentos que atingiram o patamar de 20% temos uma completa revolução na sua dinâmica, em sua ampla maioria a lista de maiores empresas do setor são novos entrantes ou empresas que conseguiram se reinventar, ofuscando e deixando para trás os tradicionais players daquela categoria.
No gráfico abaixo exibimos a penetração por categoria nos EUA, todos aqueles com patamar acima de 20% foram profundamente transformados.
E que tal um exemplo no Brasil? No nosso mercado a única categoria que chegou próximo do patamar de 20% foi a de Eletrodomésticos/Eletroeletrônicos (gráfico abaixo), reflita agora quais eram os grandes players desse segmento há uns 10 ou 15 anos atrás e quem são os líderes de hoje.
DIGITAL NO BRASIL PÓS-COVID19
É natural esperarmos um forte crescimento do amadurecimento digital com as transformações no comportamento do consumidor com o Covid-19, as primeiras estimativas indicam para um crescimento dos canais digitais no Brasil na ordem de 50% a 75% em 2020, crescimento esse que deve se manter acelerado pelo menos por mais 2 ou 3 anos, elevando e mudando a inclinação da curva brasileira de transformação digital.
Considerando essa nova inclinação da trajetória, podemos projetar que em apenas 5 anos – em 2025 – teremos no Brasil a mesma maturidade e penetração dos canais digitais que existe hoje nos Estados Unidos, um mercado absolutamente transformado pelo digital em que praticamente todos os players tradicionais foram ultrapassados ou estão tendo/tiveram que se transformar completa e estruturalmente para se manterem relevantes.
Sabemos que a crise da Covid-19 será a mais profunda da nossa história recente e que o mundo levará anos para se recuperar e retomar o patamar pré-crise, meu ponto e minha provocação é que inúmeras empresas focarão apenas em manter os seus negócios para sobreviver esperando o mercado se recuperar, mas esquecem que o mercado que elas estão esperando retornar não existirá mais.
Espero que esse artigo tenhamos te provocado a refletir sobre o mercado que nos espera daqui a cinco anos e como nossos negócios estarão posicionados nesse novo contexto. Quer conversar mais sobre esse assunto? Entre em contato conosco e conte sempre com a GOUVÊA para acelerar a sua transformação para essa nova realidade.
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