O varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos e material de construção, deve registrar crescimento de 1% no período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025, enquanto o varejo restrito, que exclui esses segmentos, pode ter queda de 0,3%, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR).
Entre os segmentos com previsão de expansão estão produtos farmacêuticos (1,1%) e veículos (0,9%). Já os setores de alimentos e supermercados devem apresentar estabilidade. Por outro lado, projeções indicam retração em tecidos (0,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%) e material de construção (7,2%). Este último destaca-se pela queda acentuada, apontando para uma desaceleração no setor imobiliário e de reformas residenciais, possivelmente influenciada pelos juros elevados.
Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School, avalia que o cenário reflete prioridades de consumo voltadas a itens essenciais e bens duráveis de maior valor. “Isso reflete um consumidor cauteloso, priorizando gastos essenciais e saúde, possivelmente aproveitando condições especiais de financiamento para veículos, enquanto posterga renovações domésticas e de vestuário”, afirmou.
Impulso da Black Friday
As vendas no varejo cresceram 1,4% em novembro, em relação ao mesmo mês no ano anterior, descontada a inflação. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o crescimento foi de 6,3%. Os dados são do Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA).
Sem descontar a inflação, o varejo cresceu 6,3%, registrando um avanço de 6% no e-commerce e de 6,4% no comércio físico. O fato de novembro de 2024 ter um dia útil a menos do que no ano anterior impediu um crescimento ainda maior, aponta o relatório da empresa de pagamentos.
“A Black Friday trouxe um importante impulso para o varejo em novembro. A data, famosa por promoções e ofertas, registrou crescimento relevante em relação ao ano passado”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo. Ele também diz que o feriado do Dia da Consciência Negra, celebrado pela primeira vez em território nacional, pode ter impulsionado o setor de Recreação e Lazer, que registrou alta no mês.
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