O varejo apresentou crescimento anual de 1,8% do volume de vendas. O resultado consolida uma trajetória positiva, impulsionado pelo volume de vendas das festas de fim de ano. Os dados são da 12ª edição do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo.
Mesmo com resultado positivo no último mês do ano, 2023 encerrou com uma queda de 1,3% ante 2022 no comparativo anual, apontando o cenário desafiador enfrentado pelos empreendedores ao longo dos últimos meses.
“Essa análise destaca a importância de considerar não apenas os dados isolados, mas também o contexto econômico mais amplo para uma compreensão abrangente das tendências do mercado” , explica o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, responsável pelo levantamento, Matheus Calvelli.
O levantamento tem como base a metodologia proposta pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board (FED), que idealizou um modelo de indicador econômico similar nos Estados Unidos. São consideradas as operações via cartões, voucher e Pix dentro do grupo StoneCo. O objetivo é mapear mensalmente os dados de pequenos, médios e grandes varejistas e divulgar um retrato do setor nacional.
Na análise por segmentos, o relatório indicou que três deles registraram um aumento anual significativo, com o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo liderando as estatísticas, com uma alta de 2,2%. O ranking é seguido por tecidos, vestuário e calçados (1,8%) e artigos farmacêuticos (0,7%). Os outros três que registraram queda foram os de móveis e eletrodomésticos (2,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,9%) e materiais de construção (0,9%)
“Com esses dados, o varejo fecha o ano de 2023 apontando para uma tendência positiva, exemplo da resiliência e capacidade de recuperação do setor, que gerou dúvidas passando boa parte do ano negativo.”, afirma o pesquisador Matheus Calvelli.
Recorte anual do indicador
No indicador ampliado ano contra ano, 2023 fechou em queda de 1,3% na comparação com 2022, tendo apresentado resultados positivos em apenas 4 meses durante o ano. O desempenho é um reflexo de um primeiro semestre fraco, mas também destaca a importância do último trimestre, que registrou 3 meses positivos e impulsionou o comércio varejista no final do ano.
Na análise por segmento, dois apresentaram aumento no acumulado de 2023: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%), e móveis e eletrodomésticos, que encerrou 2023 com um aumento acumulado no volume de vendas de 0,5%. Os outros quatro registraram queda no período: o setor de livros, jornais, revistas e papelaria (2,6%), tecidos, vestuário e calçados (2,1%), artigos farmacêuticos (0,7%) e material de construção (0,2%).
Destaques regionais
No recorte por estados, quatorze estados, mais o Distrito Federal, registraram alta no mês no comparativo ano contra ano: Amapá (7,6%), Tocantins (4,3%), Distrito Federal (3,9%), Mato Grosso (3,3%), Rio de Janeiro (2,8%), Piauí (2,4%). Com relação às quedas os destaques são: Alagoas (14,8%), Roraima (5%), Pernambuco (3,7%), Rio Grande do Sul (1,4%), Mato Grosso do Sul (0,8%) e Goiás (0,7%).
Imagem: Shutterstock