Imagine um automóvel exposto em uma loja. Parece fácil imaginar algo assim, mas será que é tão simples pensarmos no tamanho do investimento necessário para que este veículo chegasse à loja? Talvez não.
Seu exterior brilha, os bancos parecem altamente confortáveis, os itens de série são surpreendentes e você sente um imenso desejo de desfrutar de tudo que aquele carro pode oferecer.
Parece fácil imaginar algo assim, mas será que é tão simples pensarmos no tamanho do investimento necessário para que este veículo chegasse à loja? Talvez não.
Agora, o que aconteceria se todo este investimento fosse em vão pelo simples fato de não haver nenhum condutor para guiar este automóvel? O quanto teria sido válido investir em algo que simplesmente não tem ninguém para utilizar?
Quando pensamos na questão de desenvolvimento de pessoas, temos uma situação muito parecida.
Em algum momento, alguém, talvez até você mesmo, idealizou a empresa na qual você atua hoje e, com certeza, o investimento foi muito além do financeiro.
Não apenas o tempo, mas a dedicação para pesquisar, planejar, estruturar e construir o negócio visando um ou alguns objetivos, como obter o reconhecimento do mercado e ser a melhor empresa em seu segmento de atuação, certamente também fizeram parte deste montante.
Sendo assim, de que valeu tamanho empenho em criar um negócio se o mais importante está lá, mas sem nenhuma oportunidade de desenvolver e aprimorar suas habilidades constantemente com o objetivo maior de gerar resultados consistentes?
Eis o que acontece quando uma empresa não investe no que possui de mais importante: o seu capital humano.
Nestes casos, a tendência natural é de que os profissionais fiquem cada vez mais desmotivados e saturados, enquanto demandas e a cobrança por resultados aumentam, os prazos diminuem e a produtividade é colocada em risco.
Por isso, o desenvolvimento da sua equipe é um dos bens mais preciosos que você pode oferecer a você e ao time com o qual atua diariamente.
Talvez você ainda não tenha se dado conta, mas mesmo neste momento em que parece que a tecnologia assume cada vez mais um papel de protagonista nos negócios, as pessoas ainda são e continuarão sendo o principal diferencial competitivo de qualquer empresa.
Agora vamos voltar ao exemplo do carro.
Se você não tiver um condutor para aquele veículo, ele poderá ficar estagnado na loja por muito tempo. O mesmo ocorre com o desenvolvimento da equipe.
Se não há investimento no desenvolvimento do time, naturalmente as habilidades, as oportunidades de aprimoramento e a inovação da própria empresa são colocadas em risco.
Agora imagine o contrário. Se o automóvel possui um condutor, ele será uma fonte de oportunidades em diversos momentos.
Acredite. Investir no desenvolvimento das pessoas é investir também no desenvolvimento da empresa.
Profissionais treinados sabem o que fazer, como fazer e quando fazer, ou seja, são engajados para trabalhar de maneira mais assertiva, conseguem otimizar seu tempo e entregar mais.
Por isso, quando surgir a dúvida entre desenvolver ou não as pessoas, lembre-se que a equipe é o primeiro cliente da empresa e, quando a equipe “compra o negócio”, todos trabalham com a plena consciência de que são partes fundamentais para a conquista dos objetivos da organização.
Em uma recente entrevista, o CEO da empresa americana de aviação Southwest Airlines, Herb Kelleher, que assumiu a empresa em 1972 com três aviões e 18 voos por dia, revelou que só conseguiu chegar a atual marca de mais de 500 aeronaves e 3.000 voos diários em todo o mundo devido ao fato de que a sua maior preocupação ao longo deste período foi a preparação e o desenvolvimento de sua equipe.
Para o empresário, não há nada mais importante que conseguir aliar os objetivos organizacionais aos individuais, proporcionando uma atmosfera favorável ao desenvolvimento das pessoas e da companhia.
Em um dos trechos da entrevista Kelleher diz: “Em minha humilde opinião, o que tratamos de criar foi uma empresa na qual as pessoas sorriem porque querem, não porque devem”.
Apesar disso, na contramão das iniciativas do empresário, ainda é comum vermos empresas que se atentam apenas ao resultado financeiro mês a mês, sem qualquer preocupação com uma gestão pautada em aspectos como clima, eficiência e melhoria contínua.
Nestes casos, certamente, a ideia é que as ações de desenvolvimento são ineficazes. Porém, você pode ter certeza que o problema não está na ação de desenvolvimento em si, mas na cultura destas empresas que não entendem o desenvolvimento como investimento, bem como não incentivam suas equipes a implantar os novos conceitos e muito menos cobram o devido retorno.
Para estas, valem dois pontos de atenção. Treinamentos não fazem milagres e a gestão de um negócio vai além da busca incessante por lucro, pois este deve ser o resultado natural quando se atua com foco em maximizar a capacidade produtiva.
Portanto, pense em como você enxerga a preparação e qualificação de seus profissionais.
Veja quais são as empresas líderes de mercado e como a questão do desenvolvimento de seu capital humano é encarado por elas.
Feito isso, agora responda: para você o desenvolvimento de equipes é uma despesa ou um investimento?
Pense nisso!
*Imagem reprodução