Com um prejuízo líquido de R$ 492 milhões no segundo trimestre de 2023, a Via, dona da Casas Bahia e Ponto, planeja fechar de 50 a 100 lojas que não têm apresentado bons resultados. A companhia também quer migrar categorias de produtos que não geravam vendas rentáveis para o shoppings virtual e só ficar com uma porcentagem da venda, sem ter o custo de arcar com o estoque.
No segundo trimestre, 2 lojas foram fechadas por apresentarem performance abaixo do esperado, totalizando 6 fechamentos no ano. Segundo a empresa, em sua maioria, todos os fechamentos ocorreram em municípios onde havia sobreposição de lojas.
Em seu relatório de resultados trimestrais, a Via projeta que essas mudanças devem acrescentar ao lucro antes do imposto de renda (LAIR), de mais de R$ 1 bilhão. A redução de estoques tem ainda o potencial de liberar R$ 1 bilhão em caixa para a empresa.
“Em um cenário como esse, é natural que as empresas revejam as operações e cortem despesas e linhas de negócios que eram apostas, que ainda não estão amadurecidas ou não performam bem.. É preciso fazer uma revisão das fontes de despesas. O fechamento de lojas anunciado vai nessa linha. Todas as empresas varejistas que apresentaram prejuízo no ano passado e neste ano fizeram o mesmo movimento”, analisa Eduardo Yamashita, COO da Gouvêa Ecosystem.
Yamashita destaca que o momento vivido pela Via e outras varejistas do setor é fruto do atual cenário econômico, com uma massa salarial bastante depreciada e a confiança do consumidor em patamares ainda baixos, ainda reticente em comprar itens duráveis, que têm ticket médio maior.
Com a perespectiva de melhoria do cenário econômico, projetada pelo Boletim Focus, do BC, a continuidade da queda na taxa de juros e a manutenção da inflação controlada, Yamashita acredita o brasileiro volte consumir nos terceiro e quarto trimestres. “A expectativa para o terceiro e, principalmente, para o quarto trimestre deste ano é que, de uma maneira geral, melhore bastante e beneficie essas empresas. Esperamos um terceiro trimestre melhor do que foi o segundo, mas ainda não puljante. E um quarto trimestre melhor, com resultados mais eloquentes”, afirma.
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