O Pix já representa mais de 25% das formas de pagamento escolhidas em compras feitas no e-commerce brasileiro, mostra estudo feito pela Neotrust e apresentado no Vtex Day, realizado nesta semana em São Paulo. A confiança do consumidor no sistema, a facilidade de uso e os descontos oferecidos pelos varejistas para compras pagas com ele estão entre os motivos que levam à alta adesão, de acordo com a pesquisa.
No ano em que essa forma de pagamento foi implementada no Brasil, 2022, ela respondia por 4,7% das compras do comércio digital. Pagamentos por boleto bancário eram 16,5% (hoje, são usados por apenas 7,8% dos consumidores).
A alta adesão ao Pix tem feito, inclusive, com que o volume de compras parceladas diminua no e-commerce, de acordo com Luis Otávio Cambraia, líder de Sales da Neotrust. Os dados mostram que as vendas à vista, que no primeiro trimestre de 2022 eram 62,12%, responderam por 64,89% das vendas no comércio digital nos três primeiros meses deste ano.
Na semana passada, o Pix bateu novo recorde. Pela primeira vez, a modalidade superou a marca de 200 milhões de transações em 24 horas, segundo informações do Banco Central. Somente no último dia 5, foram feitos 201,6 milhões de transferências via Pix para usuários finais.
Tendências e oportunidades
A pesquisa “Panorama do E-commerce no Brasil” analisou os principais comportamentos dos consumidores brasileiros, bem como as principais oportunidades e tendências às quais os varejistas devem ficar atentos no e-commerce.
De acordo com a Neotrust, o e-commerce no Brasil não apenas conseguiu manter seus consumidores no canal, como cresceu em 50% seu faturamento se comparado aos níveis pré-pandemia.
Com forte crescimento no primeiro trimestre de 2024, a região Nordeste do Brasil ultrapassou a região Sul em vendas. Segundo o estudo, o Nordeste registrou ticket médio de R$ 338,60 no período, representando 16,4% do faturamento total das vendas do comércio digital, ante R$ 306,20 de tíquete médio e 15,9% de market share da região Sul.
O Sudeste lidera o mercado em participação (58%), mas não em valor do ticket médio (R$ 213,70). O Norte é o último da lista market share (2,5%), mas possui a mais alta média de gasto por compra (R$ 368,70).
Redução de frete grátis
Os resultados da pesquisa evidenciam, ainda, que o varejo está atuando de forma mais racional em busca e margens melhores. Isso explica, por exemplo, o fato de o uso do frete grátis ter sido aplicado com mais critério pelos varejistas. A queda é constante desde 2021.
De acordo com a Neotrust, a participação das vendas com frete grátis, que responderam por mais de 60% ao longo de todo o ano de 2022, iniciaram em 2023 representando 58,7% das vendas e chegaram a 54,2% em janeiro de 2024.
Os itens de telefonia, perfumaria, pet shop e farmácia e saúde são aqueles que mais são comprados com frete grátis. O benefício está presente em 72,5%, 71,1%, 66,6% e 65,9% das vendas, respectivamente.
Mulheres são as principais compradoras
As mulheres são as principais consumidoras do comércio digital e têm participação relevante no crescimento do número de pedidos das principais categorias. Segundo a pesquisa, em março de 2024, elas responderam por 61,3% das vendas do e-commerce no Brasil, 1,2 ponto percentual a mais do que no mesmo mês do ano passado.
Com exceção de Telefonia (49,2%), Casa e construção (43,9%), Eletrônicos (42,4%) e Informática (39%), a participação das consumidoras no faturamento é maior do que a dos homens em todas as demais categorias avaliadas – Beleza e perfumaria (74,7%), Moda e acessórios (72%), Pet shop (85,4%), Móveis (61,9%), Eletroportáteis (65,8%), Saúde (58,4%), Eletrodomésticos (52,7%) e Alimentos e Bebidas (50,1%).
A pesquisa foi feita pela Neotrust para ser apresentada no Vtex Day. A Neotrust é uma empresa do ecossistema Confi e avalia mais de 1,5 milhão de pedidos diariamente e tem mais de 3 mil sellers do comércio digital no país em suas bases.
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