Sendo um dos setores precursores do franchising, o foodservice mantém sua relação íntima com o sistema de franquias. São muitas as redes do setor que figuram entre as 20 maiores do mundo. Das 5 maiores marcas globais, 4 delas são do setor de alimentação – McDonald´s, KFC, Burger King e Pizza Hut, todas velhas conhecidas do brasileiro.
Em recente pesquisa divulgada pela Cielo sobre o comportamento do setor, foi comprovado o quanto as franquias aumentaram sua participação no faturamento total do foodservice, crescendo mais do que as operações que não são franquias.
Considerando o período de 2016 a 2018, enquanto as franquias cresceram em média 6,7% em faturamento, os negócios que não operam no sistema cresceram apenas 1,4%. A força dos negócios que operam em rede fica explícita, pois 3 das 5 regiões brasileiras têm esse mesmo comportamento, com exceção das regiões centro-oeste e norte.
Um ponto que vale ser observado é que, apesar de apresentar crescimento maior, as franquias acabam captando um ticket médio menor. Fato corroborado pelo fato de que as redes do setor de alimentação no franchising concorrem entre si num mesmo campo de batalha. A maioria se encontra nas praças de alimentação dos shoppings centers e, como acontece muitas vezes, nesse ambiente, o que vale é o preço e não necessariamente a experiência e o valor agregado ao produto. A guerra de preços pode até elevar o volume de vendas, porém culminam com % menor de faturamento.
O volume de lojas em rede também favorece esse dado. As franquias tem mantido um crescimento maior em número de operações, ou seja, o número de novas lojas e expansão acelerada de algumas redes favorece o setor de uma forma geral.
O caráter expansionista do franchising cada vez mais traz novas vertentes para o foodservice. Além de buscar o crescimento pela ampliação das vendas, o setor também tem buscado maior presença em diversos canais – com vendas por delivery ou por app- ou mesmo com diversos formatos de operação. Isso traz novas possibilidades de investimento para empreendedores com os mais diversos perfis e bolsos.
As marcas passaram a enxergar em operações mais enxutas a possibilidade de ganhar capilaridade e aumentar a presença. Quiosques, lojas com menu reduzido, containers e food trucks estão no foco das áreas de expansão para 2018 e 2019.
Fica claro na observação simples desses dados que o franchising contribui, e muito, para o setor de foodservice de uma forma geral. E não se trata apenas de uma questão de pioneirismo no setor, mas de resiliência dos operadores frente às diferentes crises econômicas e mudanças de comportamento do consumidor. Novos sabores, novos produtos, novas formas de abordagem e transformação de costumes fazem a roda continuar a girar e com força.
Trata-se de um setor aberto às novidades, atento às transformações e – por que não? – mutante e adaptável ao cenário, independente de como ele se apresenta.
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