Elizabeth Holmes, que foi condenada no ano passado a 11 anos e três meses de prisão por quatro acusações de fraude contra investidores, teve sua sentença reduzida em dois anos, segundo reportagem do jornal The Guardian. Ela estava em liberdade sob fiança desde que foi indiciada por acusações de fraude em 2018 por seu papel como chefe da Theranos, empresa de testes sanguíneos.
Detentos nos EUA podem ter suas sentenças reduzidas por bom comportamento, incluindo a conclusão de tarefas de trabalho, obediência às ordens e cumprimento de programas de abuso de substâncias e outros cursos de reabilitação, disse o Departamento de Prisões em comunicado. O tempo ganho também pode ser revogado ou perdido com infrações.
Segundo a reportagem do jornal britânico, a mudança na sentença ocorre depois que seu cúmplice, Sunny Balwani, também teve dois anos reduzidos de sua sentença de 13 anos.
Holmes e Balwani foram condenados em julgamentos separados por suas ações na liderança da Theranos, uma empresa de biotecnologia multibilionária que entrou em colapso depois que reportagens do Wall Street Journal e de outros jornais revelaram que sua tecnologia era em grande parte fraudulenta.
Holmes também enfrentará três anos de liberdade supervisionada após o término de sua sentença e foi ordenada a restituir US$ 452 milhões (R$ 2,21 bilhões) às vítimas da fraude, embora um juiz tenha adiado esses pagamentos devido a suas “limitadas condições financeiras”. Advogados de defesa apelaram contra sua condenação e o processo está em andamento enquanto ela cumpre sua sentença.
A história da Theranos
A Theranos foi fundada em 2003, quando Holmes tinha apenas 19 anos, com a promessa de revolucionar os exames laboratoriais com equipamentos supostamente capazes de fornecer diagnósticos rapidamente, a partir de poucas gotas de sangue. A iniciativa atraiu investidores, mas a tecnologia não funcionou como prometido, como revelou em 2015 o jornal The Wall Street Journal.
Holmes foi acusada de enganar investidores privados entre 2010 e 2015 e de mentir a pacientes sobre a precisão dos testes. Secretamente, os exames eram feitos pela empresa por meio de equipamentos convencionais. Além de uma pena de 15 anos de prisão, os promotores pediram que ela fosse obrigada a devolver US$ 800 milhões.
A história da Theranos e da Holmes, uma ex-aluna da Universidade Stanford que chegou a figurar nas listas das pessoas mais ricas dos Estados Unidos, foi contada no livro Bad Blood: Fraude Bilionária no Vale do Silício, do jornalista John Carreyrou, e na série The Dropout, no serviço de streaming Star+.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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