Capital de Giro, a armadilha do “bom o bastante”

Esse não é o primeiro nem último artigo que você vai ler sobre gestão de capital de giro, isso porque caixa é caixa, e caixa é mais importante do que lucro! Afinal, a falta de caixa quebra empresas, a falta de lucro não.

Não importa a empresa em que você trabalha, nem a posição que você ocupa, todo mundo é responsável pelo caixa da empresa. É equivocado pensar que essa responsabilidade é somente do CFO ou do “financeiro”. A gestão do caixa é tão importante quanto a gestão de despesas e receitas. O caixa, metaforicamente falando, é o sangue que circula pelo corpo, sem ele não temos oxigênio.

Quando pergunto qual a situação do capital de giro de uma empresa ouço que “está bom”, “bom o bastante”, “tranquilo”… Assim, com certo comodismo ou ainda como um sinal de que não há muito o que fazer. Mas não é bem assim. Há sempre o que melhorar e há sempre quem faz melhor!

O estudo “2017 US Working Capital Survey” da consultoria The Hackett Group, traz uma série de benchmarks de capital de giro, a qual você pode analisar aqui.

O que achei mais interessante é que grande parte das empresas possuem, em média, um capital de giro 36,7% maior do que o seu concorrente do mesmo setor. Esse gap representa financeiramente 10,2% da receita dessas empresas.

Duas perguntas: Qual a diferença da administração do seu capital de giro para os seus concorrentes? O que você pretende fazer a respeito?

Por isso chamo atenção para alguns pontos fundamentais relacionados a gestão do capital de giro:

1. Metas e Indicadores

Toda empresa deve possuir metas e indicadores relacionados ao capital de giro, porém, mesmo assim é muito comum essas metas não estarem atreladas ao orçamento da empresa nem ao PLR (Participação nos Lucros e Resultados)?

Lembre-se, a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) mede lucro e não caixa, por isso, problemas relacionados a caixa passam despercebidos em orçamentos que possuem uma visão unicamente econômica.

Atenção! Trabalhe com dois orçamentos: econômico e financeiro. É necessário um certo grau de complexidade e modelagem para integrar essas duas visões, porém, nada que um consultor não possa ajudar.

2. Necessidade de Capital de Giro

A Necessidade de Capital de Giro (NCG) é um indicador fundamental. O NCG mede (em R$) o quanto é necessário investir em capital de giro para cada R$ vendido. Curioso é que este não é um indicador muito utilizado, todo mundo quer comparar o prazo médio de pagamento, prazo médio de estoque, prazo médio de recebimento, porém, poucos utilizam esse indicador como referência.

O mais importante do NCG, principalmente em empresas com baixos recursos para investimento, é projetar o investimento necessário em momentos de crescimento. Empresas que não fazem um bom planejamento e não analisam os efeitos do caixa em momento de crescimento sofrem do famoso “efeito tesoura”. Quando não quebram, acabam por entregar todo o resultado para os famigerados bancos e as altas taxas de juros.

Atenção! Entenda a dinâmica do seu capital de giro. O NCG é positivo ou negativo? Procure equilibrar o crescimento do seu negócio de acordo com o seu ciclo econômico e tenha em mente que para crescer é preciso investir em capital de giro também e não só em estrutura física.

3. Custo invisível/ Tempo é dinheiro

Nos projetos de OBZ que realizamos questionamos não só os custos, mas também os prazos, afinal, tempo é dinheiro. No Brasil, esse dito popular é ainda mais importante, pois as taxas de juros aqui estão entre as maiores do mundo.

Atenção! Calcule o custo médio do capital da sua empresa para entender o custo de oportunidade de investimento, assim como o custo de abatimento de dívidas. Tenha em mente que a negociação de 30 dias de prazo pode representar para muitas empresas de 1,5% a 3% de ganho operacional!

Para saber mais sobre como podemos ajudá-lo a identificar, planejar e entregar melhorias no capital de giro de forma sustentável e buscando liberar dinheiro para a sua empresa, simplesmente me mande um e-mail!

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