Em março do ano passado, o Podcast do PublishNews recebia Ismael Borges, gestor da ferramenta Bookscan, da Nielsen, para falar sobre a evolução do varejo de livros no país.
Na época, ele trouxe os dados referentes ao mês de fevereiro daquele ano e resumiu: “O que eu destaco muito é o rearranjo do varejo propriamente dito. Aqui a gente não está falando de um problema de demanda. Não dá para imaginar que estamos consumindo menos livros. O que há é uma reorganização silenciosa da forma de distribuição dos livros didáticos que certamente estão deixando de rodar a catraca do varejo e encontraram formas diferentes de atingir esse público consumidor”.
Ele se reportava a um dos reflexos da crise que vinha desde o início de 2018 e se aprofundou entre outubro e novembro, quando Cultura e Saraiva pediram recuperação judicial. Em resumo, em 2019, o Volta às Aulas não aconteceu nas livrarias, como já é tradição.
Agora, saíram os dados do segundo Painel do Varejo de Livros no Brasil, estudo realizado pelo instituto de pesquisa em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). No período de 27 de janeiro a 23 de fevereiro, os estabelecimentos monitorados pela Nielsen venderam 3,17 milhões de exemplares o que redundou em faturamento de R$ 161,95 milhões.
Isso representa variação tímida, porém, positiva, em relação aos resultados de 2019. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento é de 1,52% em volume e 0,23% em valor.
No mês passado, quando começou o Volta às Aulas, o instituto de pesquisa apontou crescimento de 8% no faturamento e de 9,95% no número de cópias vendidas.
Somando os dois períodos, o setor alcançou a marca de 6,75 milhões de exemplares vendidos e um faturamento acumulado de R$ 342,7 milhões. Em percentuais, o crescimento foi de 5,82% em volume e 4,19% em valor.
“O ano começa a revelar um sentimento otimista de recuperação depois de duras quedas nas sequências anteriores”, comenta Borges.
A importância do gênero “Infantil, Juvenil e Educacional” no faturamento geral do varejo de livros apresentou pequena variação positiva de 0,04 pontos percentuais em relação a fevereiro de 2019. É nessa categoria que a Nielsen coloca os didáticos.
Com informações portal PublishNews
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