Os últimos dois anos apresentaram uma desaceleração global nos investimentos em venture capital. Diante de um cenário de incertezas para 2023, os investimentos de risco serão cada vez mais cirúrgicos. O foco dos investidores será maior em empresas com margens saudáveis, fortes unidades econômicas e que tenham lucro, principalmente no varejo e no e-commerce.
De maneira geral, os varejistas têm cortado gastos neste novo normal de altas taxas de juros, custos de capitais e crise na cadeia de suprimentos. Ainda por cima, algumas empresas têm sofrido com o atraso para abertura de lojas, maiores capex e aumento dos custos dos bens de consumo.
Para conseguir um ROI positivo em 2023, os varejistas físicos precisarão focar em resolver determinadas questões. Entre os principais desafios estão vender inventário, controlar cadeia de suprimentos e dificuldade com mercado de trabalho para, assim, conter os efeitos macroeconômicos mundiais.
O corte de gastos através de tecnologias de extrema eficiência é uma das principais ferramentas para varejistas e e-commerces em 2023. Nessa linha, os investidores de venture capital estão confiantes que o uso e investimento em tecnologias pode gerar mais vendas e cortar custos para as companhias em 2023.
Algumas das empresas mencionadas no texto estarão no Innovation Lab durante a NRF 2023: Retail’s Big Show, principal feira de varejo do mundo. O evento ocorre entre os dias 15 e 17 de janeiro em Nova York, nos Estados Unidos. A Mercado&Consumo faz anualmente uma cobertura especial da NRF e desta vez contará, ainda, com um estúdio montado dentro da área expositiva da feira.
Confira abaixo alguns pontos fundamentais que o uso de tecnologias pode ajudar a solucionar no seu empreendimento.
Jornada de trabalho
O mercado de trabalho é um dos maiores e mais caros problemas no varejo atual. Em alguns países, como os Estados Unidos, os dados de participação no trabalho batem os recordes de menor interesse.
Além disso, atualmente as empresas gastam mais para atrair, treinar e reter o talento devido à inflação. Uma grande parcela da força de trabalho não quer mais longas relações com os empregadores, mas sim flexibilidade e independência.
Na busca por soluções, a Shiftsmart desenvolveu uma tecnologia para dar match entre trabalhadores e turnos de trabalhos freelancers de diferentes industrias. A startup cuida do treinamento, administração e pagamento desses funcionários.
Inventário e demanda dos consumidores
De forma geral, as empresas varejistas não querem ser associadas como companhias de desconto, que fazem muitas promoções para liberar estoque. Mas é de se lembrar que, atualmente, o setor passa por um volume recorde de excesso de inventário, em torno de U$ 732 bilhões.
Diante dessa situação, dominar o capital de giro se tornou extremamente importante. A Syrup Tech, startup que oferece softwares baseado em inteligência artificial para tomar decisões de inventário, tem ajudado varejistas pelo mercado. Além disso, o crescimento de softwares de resale é outra alternativa para lidar com o problema.
Entendimento de dados
Entender os números e separar de forma holística os dados dos consumidores é uma tarefa complexa na maioria dos casos. A maioria das varejistas e das marcas precisa centralizar essas informações e lidar com dados demográficos.
Companhias como a Black Crow estão utilizando machine learning para ajudar empresas de e-commerce a entenderem melhor o seu consumidor. O uso de estratégias nesse sentido tem gerado índices de conversão maiores, além de LTV (lifetime value) mais longos. Com outro foco, plataformas como a Hivery tem ido além do e-commerce e focaram na automatização de indústrias tradicionais, como mercearias e lojas de conveniência.