O faturamento do varejo brasileiro deve subir de 0,1% para 1,6% em 2024, conforme projeção revisada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dados do IBGE apontam que, em janeiro, foi registrado um crescimento de 2,5% em relação a dezembro do ano passado.
“Apesar de o resultado superar as expectativas, o cenário favorável para o setor também demandará continuação da flexibilização da política monetária”, destaca José Roberto Tadros, presidente da CNC.
Entre os setores com as melhores performances observadas, estão os estabelecimentos de artigos de informática e comunicação e lojas de tecidos, vestuário e calçados, com um crescimento respectivo de 6,1% e 8,5%.
Já no varejo ampliado, as vendas de automóveis apresentaram aumento de 17,1%. Os segmentos de farmácias, perfumarias e cosméticos, de livrarias e papelarias e de combustíveis registraram retração de, respectivamente, 1,1%, 3,6% e 0,2%.
“Podemos atribuir o desempenho acima do esperado para o início do ano à conjuntura favorável do mercado de trabalho e à desaceleração da inflação, que chegou a 0,42% em janeiro, a menor alta para o mês desde 2021, quando o indicador estava em 0,25%”, afirma o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes.
Rumo ao patamar pré-pandemia
Com o resultado positivo observado em janeiro, o volume de vendas no setor registrou um aumento de 4,2% em relação a fevereiro de 2020, sendo o melhor patamar desde julho de 2021.
“A expectativa predominante aponta a taxa básica de juros encerrando 2024 em 9% ao ano e, confirmada essa tendência, os consumidores e varejistas vão se deparar com juros mais baixos também na ponta”, ressalta Bentes. Ele destaca que a contínua recuperação do varejo aos níveis anteriores à pandemia depende da confirmação das expectativas quanto à trajetória dos juros ao longo deste ano.
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