A Casa Branca anunciou nesta terça-feira, 14, uma série de tarifas sobre produtos fabricados na China, incluindo aço e veículos elétricos, no último lance das crescentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
O governo dos EUA disse que irá impor novas tarifas sobre US$ 18 bilhões em importações chinesas, em uma medida que, segundo comunicado da Casa Branca, protegerá as empresas e trabalhadores americanos.
A tarifa sobre determinados produtos de aço e alumínio aumentará para 25% da atual faixa de zero a 7,5%. Tarifas sobre semicondutores dobrarão para 50% até 2025, enquanto as tarifas sobre células solares também dobrarão para 50%, mas já este ano.
Tarifas sobre veículos elétricos chineses irão quadruplicar para 100% ainda em 2024, enquanto as de baterias de íon-lítio serão elevadas de 7,5% para 25%. Produtos médicos, como seringas e agulhas, além de guindastes de transporte marítimo, também estão sujeitos a novas tarifas ou aumentos.
Ao anunciar as tarifas, a Casa Branca apontou que a China apoia suas próprias empresas, em uma prática que gera excesso de capacidade e preços artificialmente baratos em muitas indústrias.
No entanto, desde 2023, os Estados Unidos vêm impondo as mais altas tarifas sobre produtos e empresas chinesas na comparação com Canadá e Alemanha, por exemplo. Em setembro do ano passado, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos impôs tarifas antidumping sobre empresas da China, da Alemanha e do Canadá, sob acusações de preços injustos em produtos de estanho, metal usado na fabricação de latas de alimentos.
Os produtos da China foram sujeitos às tarifas mais altas entre os três países, de 122,52% de seu valor de importação enquanto empresas da Alemanha, como a Thyssenkrupp Rasselstein, e do Canadá, como a ArcelorMittal, foram confirmadas em 7,02% e 5,29%, respectivamente
Aproximação nada duradoura
A tentativa de aproximação entre os dois países não durou dois meses. No final de março deste ano, o presidente da China, Xi Jinping, defendeu laços comerciais mais estreitos com os Estados Unidos durante reunião com os principais líderes empresariais norte-americanos em Pequim. Até então, aquele era o momento em que as relações bilaterais tinham atingido o nível mais baixo em anos.
Xi ressaltou, nesta quarta-feira, 27, os laços econômicos mutuamente benéficos entre as duas maiores economias do mundo, apesar das pesadas tarifas impostas pelo EUA a importações chinesas e de acusações de Washington sobre influência indevida do Partido Comunista, barreiras comerciais injustas e roubo de propriedade intelectual.
A economia chinesa vem lutando para se recuperar das severas restrições adotadas durante a pandemia de covid-19, que foram removidas apenas no fim de 2022, mas Xi afirmou que a China voltou a contribuir para o crescimento econômico mundial.
Com informações de Estadão Conteúdo (Sergio Caldas)
Imagem: Shutterstock