Depois de uma rápida passagem de cinco anos pelo Brasil, a rede californiana de fast-food Carl’s Jr. tem planos de voltar ao País. A previsão é abrir 100 restaurantes por aqui em cinco anos, mas a empresa vê potencial para que esse número quintuplique no longo prazo.
A rede vem se expandindo na América Latina em países como Chile (com 15 lojas inauguradas desde 2017) e Equador. Movimento semelhante será realizado em breve no Uruguai. O próximo capítulo de seu desenvolvimento de franquias terá como foco o Brasil.
“A pandemia mudou o comportamento do consumidor, por isso estamos repensando o modelo de negócios com novos formatos e possibilidades, agora mais adaptados às necessidades atuais. Um exemplo dessa transformação é o protótipo de restaurante que lançamos recentemente no México chamado OMNI – Next Generation, que foi otimizado para atender ao tamanho compacto dos locais e ao modelo de vendas omnicanal”, explica Marc Mushkin, vice-presidente de Vendas de Franquias Internacionais e Desenvolvimento.
Passagem anterior pelo País
A Carl’s Jr. chegou ao Brasil em 2012, quando forma abertas uma loja no GRU Airport, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e outras duas lojas em shoppings da capital paulista, em parceria com o grupo International Meal Company (IMC).
Em 2017, as lojas dos shoppings foram fechadas primeiro e, posteriormente, a loja do aeroporto também. “A marca foi bem recebida pelo consumidor brasileiro, e temos orgulho do nosso tempo de atuação no Brasil. Ficamos surpresos com o fato de os proprietários de nossos licenciados terem feito mudanças estratégicas imprevistas – e ficamos sabendo que eles desfizeram e encerraram muitas de suas operações de licenciamento em muitos países da região – foi um conjunto infeliz de eventos que não teve absolutamente nada a ver com Carl’s Jr.”, diz Mushkin.
A Carl’s Jr. considera que, atualmente, está perfeitamente adaptada para o Brasil. O protótipo OMNI reduz o tamanho das plantas e os níveis de investimento correspondentes em aproximadamente 35%, segundo Mushkin, e com sua adaptabilidade tanto para inline (nas principais ruas urbanas) quanto “end-cap” (anexadas a mini shopping centers ou postos de gasolina suburbanos)
Cenário muito competitivo
Para se destacar no cenário competitivo brasileiro, a Carl’s Jr. também aposta na combinação do serviço “All-star” com comida de qualidade premium: hambúrgueres na brasa, sanduíches de frango empanados à mão e outros clássicos americanos.
“Nos orgulhamos de sermos ágeis o suficiente para adotarmos novas soluções, e os últimos dois anos provaram isso para nós com novos restaurantes franqueados de sucesso na região e em muitos mercados internacionais. Nossa história de 80 anos prova que somos resilientes e um negócio duradouro no setor de restaurantes. O futuro parece promissor para Carl’s Jr. no Brasil e encontrar os parceiros certos aqui para esta nova fase é o nosso principal objetivo para este ano”, diz Mushkin.
Na época em que a Carl’s Jr. veio para o Brasil pela primeira vez, outras grandes marcas desembarcaram aqui e igualmente acabaram indo embora, como Hooters e P.F. Chang’s. Mas algumas ficaram. “Popeyes é um exemplo que deu muito certo. O principal motivo foi o profundo estudo do público brasileiro, permitindo os ajustes necessários. Outro case positivo é a Taco Bell que viveu momentos desafiadores, mas se deu tempo para aprender expectativas e desejos do público e hoje assumiu a expansão”, analisa Cristina Souza, , CEO da Gouvêa Foodservice e colunista da Mercado&Consumo.
A especialista destaca que, agora, a Carl’s Jr. vai enfrentar a concorrência de quick service restaurants, franquias especializadas em hambúrgueres e o “mar de hamburguerias independentes” que tomou conta do País. Ainda assim, o potencial da marca por aqui é grande diante da extensão territorial do Brasil, do tamanho da população e da proposta de valor da marca. “Abrir 20 restaurantes novos por ano parece bem racional. Um plano factível, sem dúvida.”
Imagem: Divulgação