A China prometeu, nesta sexta-feira, 15, ser mais rígida na aprovação de novas ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações, aumentando a pressão sobre um mercado que já está em retração. No ano passado, empresas chinesas levantaram o equivalente a US$ 49,6 bilhões com IPOs lançados nas bolsas de Xangai e de Shenzhen, valor 22% menor do que o volume de 2022, segundo a provedora de dados Wind. Neste ano, as ofertas somam menos de US$ 3 bilhões.
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 15, o órgão regulatório de valores mobiliários da China (CSRC, pela sigla em inglês) disse que não apenas será mais exigente para aprovar novos IPOs, como fará visitas aleatórias às instalações de empresas que planejem listagens, avaliará companhias de tecnologia e startups não lucrativas de forma mais abrangente e adotará “medidas anticíclicas” no processo de aprovação de ofertas.
A CSRC disse também que irá intensificar a supervisão de corretoras, fundos mútuos e bancos de investimento.
IPOs no Brasil
No Brasil, apesar da ausência de restrições, o cenário não tem sido dos melhores. Entre 2020 e 2021, os papeis desvalorizaram 90%. Após um ano de deserto, os IPOs retornaram à B3, a bolsa de valores brasileira, em 2023, mas sem euforia do mercado.
Foi promovida uma série de encontros em 2022 e a mensagem era de que havia interesse em direcionar dinheiro ao Brasil. Mas, próximos ao final do ano de 2023, mais precisamente em setembro, gestores de fundos de ações passaram a defender a necessidade de melhora consistente na bolsa para embarcarem em novas histórias. Argumentaram que o Ibovespa precisaria estar ao menos acima de 130 mil pontos.
Com a depreciação generalizada e a ausência de ofertas nos últimos dois anos, os potenciais candidatos a IPO ficaram sem referência. Os gestores disseram que, embora os saques nos fundos com mandato para alocar em renda variável tenham dado sinais de estabilização, após retiradas de bilhões nos últimos meses, não havia sinal de demanda pelos compradores, sobretudo por novas companhias, tampouco um fluxo sustentável de estrangeiros migrando para a bolsa brasileira. Só em agosto de 2023, o saldo entre a entrada e a saída dos recursos externos ficou negativo em R$ 13 bilhões.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
Imagem: Shutterstock