O Brasil manteve a liderança regional em fusões e aquisições no primeiro trimestre de 2025, com 399 transações e US$ 6,864 bilhões em capital mobilizado. Apesar da posição de destaque, os números representam quedas de 3% no volume de negócios e de 24% no valor movimentado em comparação com o mesmo período de 2024.
Os dados fazem parte de um relatório da Aon, desenvolvido em parceria com a TTR Data e a Datasite. Segundo André Nogueira, líder de M&A and Transaction Solutions para o Brasil na Aon, o desempenho reflete um ambiente mais cauteloso. “Mesmo frente a um cenário de incerteza, mantivemos nossa posição de liderança, o que evidencia o contínuo interesse dos investidores no País”, afirmou.
No total, a América Latina somou 630 fusões e aquisições entre anunciadas e concluídas nos primeiros três meses do ano, com um valor agregado de US$ 11,641 bilhões — quedas de 11% e 27%, respectivamente, frente ao mesmo período de 2024. Segundo Pedro da Costa, líder regional da área na Aon, o ritmo mais lento tem relação direta com a instabilidade política e econômica em países como México, Chile, Colômbia e Peru.
A Argentina foi o único país a apresentar crescimento, com 61 transações (alta de 27%) e US$ 1,75 bilhão movimentados (aumento de 125%). Chile (60 transações, -34%), México (54, -40%), Colômbia (50, -33%) e Peru (25, -39%) registraram quedas tanto no volume quanto no valor das operações.
No campo dos investimentos alternativos, o segmento de private equity teve 29 transações no período, com nove delas movimentando US$ 1,192 bilhão, uma redução de 56% no número de negócios e de 40% no valor. Já o capital de risco somou 130 operações, das quais 82 tiveram valores divulgados, totalizando US$ 806 milhões (queda de 29% e 42%, respectivamente).
No mercado internacional, empresas latino-americanas concluíram 23 aquisições na América do Norte e 21 na Europa. Por outro lado, os principais investidores estrangeiros na região vieram da Europa (90 transações), América do Norte (89) e Ásia (22).
A maior operação do trimestre foi a venda da participação de 31% da Cementos Argos, da Colômbia, na Summit Materials para a norte-americana Quikrete, por US$ 2,875 bilhões. A transação foi assessorada por Davis Polk, Morgan Stanley, Evercore Partners e Wells Fargo.
Imagem: Envato