As vendas de Páscoa deste ano devem se manter estáveis, com volume semelhante em relação ao ano passado, de acordo com o modelo de previsão do varejo do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP). A expectativa tem por base impactos da alta dos preços do chocolate – por conta da disparada do cacau -, em uma conjuntura de inflação de produtos básicos e elevado endividamento, explica o economista da associação, Ulisses Ruiz de Gamboa, embora o emprego e a renda continuem crescendo.
A ACSP lembra também que 38,25% – segundo dados do Impostômetro – do valor gasto ao comprar ovos de Páscoa corresponde a impostos.
Uma alternativa, nesse caso, são os ovos caseiros de chocolate, além de representar uma renda extra aos microempreendedores. Porém, a associação alerta que mesmo assim não significa que o consumidor escapará de altos tributos.
“Para a produção de um ovo simples, que requer chocolate, papel celofane e fita adesiva para embalagem, são gastos, respectivamente, 38,25%, 39,11% e 40,06% em impostos”, afirma a associação.
Além dos preços altos e do contexto de endividamento e inflação, os tributos elevados nos produtos de Páscoa são outro fator que limitam o poder de compra dos consumidores, segundo o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike.
Para ele, isso impede a compra de itens de melhor qualidade no período.
“O sistema tributário brasileiro, focado principalmente no consumo, acaba penalizando as pessoas de renda mais baixa, que pagam proporcionalmente mais impostos do que as de renda mais alta”, explica o executivo. “Isso dificulta ainda mais o acesso das classes menos favorecidas aos produtos típicos da data”, acrescenta.
Com informações de Estadão Conteúdo (Letícia Naome).
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