A Petrobras confirmou nesta quarta-feira, 15, via fato relevante, que o seu Conselho de Administração destituiu Sergio Caetano Leite de cargo de CFO e Relações com Investidores, além de aprovar o encerramento do mandato de Jean Paul Prates na presidência da companhia, de forma negociada, a partir desta quarta-feira.
Em decorrência da vacância na presidência da companhia, o conselho nomeou como presidente interina da estatal, a diretora-executiva de Assuntos Corporativos Clarice Coppetti, até a eleição e posse da nova presidente, informou a Petrobras.
Adicionalmente, o Conselho de Administração nomeou para a posição de Leite, igualmente de forma interina, o atual gerente-executivo de Finanças, Carlos Alberto Rechelo Neto, até a eleição de novo diretor pelo colegiado.
Lula sugere Magda Chambriard para ocupar o posto
Após a demissão de Prates, o presidente Luís Inácio Lula da Silva sugeriu Magda Chambriard para ocupar a presidência da Petrobras. O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacellar, apoia a decisão da presidência.
Bacellar afirmou que Chambriard é engenheira aposentada da Petrobras, além de ter passado pela ANP, e tem todas as credenciais para assumir a maior empresa do País sem grandes questionamentos pela governança e pelo Conselho de Administração da estatal. O sindicalista observou ainda que a indicação ainda tem valor pela representatividade feminina.
“O presidente Lula tem capacidade de análise superior à nossa. Ele consegue enxergar a floresta, as correlações de forças existentes nesse imenso Brasil, enquanto nós enxergamos as árvores. A decisão tomada por ele terá o nosso apoio por isso”, disse Deyvid.
O coordenador geral da FUP afirmou ainda que a prioridade é manter a boa relação dos petroleiros com a direção da Petrobras, assim como aconteceu sob Jean Paul Prates, a quem reconhece uma gestão de reconquista de direitos dos trabalhadores, do papel da Petrobras na economia e na modernização da estrutura da empresa.
Segundo Bacellar, a ideia é que esse resgate seja mantido sob a gestão de Chambriard, e que mais avanços aconteçam. A executiva teria uma leitura madura do mercado de óleo e gás e da soberania nacional que coaduna com a visão da FUP em vários pontos, de acordo com o sindicalista.
Para Bacellar, é fundamental aumentar o nível de encomendas da companhia à indústria naval brasileira, a fim de gerar emprego e renda, acelerar obras que estavam paradas e foram retomadas sem grande tração na gestão de Prates e seguir no esforço de reestatizar refinarias vendidas à iniciativa privada em governos anteriores.
O sindicalista disse ainda que pretende interceder em nome de aposentados para rever a questão dos equacionamentos do fundo de pensão da categoria, o Petros, que leva a descontos mensais que reduzem o poder de compra dos beneficiários.
Com informações de Estadão Conteúdo (Amélia Alves e Gabriel Vasconcelos)
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