Quando divulgar o desempenho do varejo no país em abril, na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve mostrar a maior queda do setor da história da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) – iniciada em 2000 -, efeito das medidas de isolamento social provocadas pela pandemia de covid-19.
A mediana das estimativas levantadas pelo Valor Data aponta queda de 11,7% nas vendas do varejo restrito e de 21,3% no ampliado (inclui veículos e materiais de construção) na comparação com março, feito o ajuste sazonal. No confronto com o mesmo período do ano passado, as estimativas são de queda de 13% e de 30,1%, respectivamente.
Dada a característica inédita da crise atual, o intervalo de todas as projeções é bem amplo, refletindo as incertezas sobre o impacto da pandemia na atividade econômica. No varejo restrito, por exemplo, o intervalo vai de -6,4% a -28%.
No varejo restrito, a maior queda que se tem notícia em ambas as comparações pertence a março de 2003: -2,7%, mensal, e -11,4% anual. No caso do ampliado, os maiores recuos são de março deste ano (-13,7%), na série mensal, e de janeiro de 2016 (-14,1%), na série interanual.
Indicadores de vendas no varejo como os da Boa Vista e da Serasa apontam que o mês deve ser de fortes perdas, depois da queda de março, que já continha efeitos do isolamento, já que em parte do país as medidas foram impostas já na segunda metade do mês.
O índice de atividade de comércio da Serasa Experian registrou queda de 19,4% ante março, feito o ajuste sazonal. O da Boa Vista – que não inclui o segmento de veículos – indica recuo de 26,5%.
Com exceção dos supermercados, que comercializam bens essenciais, todos os demais segmentos deve apresentar quedas expressivas nas vendas, não apenas por causa do fechamento das lojas durante a pandemia, mas também pela queda abrupta de renda da população.
O dado ampliado deve ser especialmente influenciado pela forte queda nas vendas de veículos, que caíram 50% sobre março, segundo o ajuste sazonal feito pelo banco Haitong e recuaram 76% na comparação com abril de 2019.
Com informações do Valor Data.
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