Mais de 35 organizações e entidades de direitos civis dos Estados Unidos estão exigindo que as principais redes varejistas do país deixem de usar tecnologias de reconhecimento facial para identificar clientes e funcionários em suas lojas.
Segundo reportagem publicada no site theverge.com, o reconhecimento facial tem sido implementado no setor para impedir furtos e identificar ladrões. Graças à campanha, algumas lojas dos EUA já se comprometeram a não usar o reconhecimento facial, como Walmart, Home Depot e Target.
De acordo com o site, dentre as cadeias de varejo americanas adeptas do reconhecimento facial estão Apple, Lowe’s, Albertsons, Macy’s e Ace Hardware. Dentre as empresas que atualmente cogitam usar a tecnologia estão McDonald’s, Walgreens e 7-Eleven.
Dentre as entidades que realizaram a campanha, estão a Fight for the Future. Ela foi uma das pioneiras na iniciativa, que mais recentemente passou a também ser apoiada por entidades como Public Citizen e Data for Black Lives.
Efeito psicológico
Tawana Petty, diretora da Data for Black Lives, citou que em Detroit foi implementado um projeto que coloca câmeras de vigilância com reconhecimento facial em mais de 700 empresas.
“Essas câmeras que usam reconhecimento facial são monitoradas em centros criminais em tempo real, delegacias de polícia e dispositivos móveis de policiais 24 horas por dia, 7 dias por semana”, disse ela. “É difícil explicar o preço psicológico que isso causa em uma comunidade, sabendo que cada movimento seu está sendo monitorado por um algoritmo racialmente preconceituoso com o poder de arrancar sua liberdade de você.”
Ainda segundo a ativista, atualizações com tecnologia de IA para sistemas de vigilância por vídeo permitiram que esse tipo de recurso fosse mais acessíveildo que nunca no ramo varejista. Segundo ela, muitas das câmeras são instaladas em lojas situadas em bairros não brancos e de baixa renda.
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