A grife britânica Burberry anunciou a troca de seu CEO e a suspensão de dividendos, nesta segunda-feira, 15, em meio a uma queda nos gastos com artigos de luxo. Por volta das 8h35 (de Brasília), a ação da Burberry tombava quase 16% na Bolsa de Londres, pesando em outras varejistas de luxo europeias, como as francesas Kering (-3,4%) e LVMH (-1,9%).
A Burberry disse que seu CEO, Jonathan Akeroyd, renunciará de imediato e dará lugar a Joshua Schulman, ex-CEO das grifes Michael Kors e Coach.
A Burberry também alertou que seu fraco desempenho gerou prejuízo operacional no primeiro semestre do ano. No trimestre até 29 de junho, a receita caiu 22% na comparação anual.
“O nosso desempenho trimestral é decepcionante. Avançamos rapidamente com nossa transição criativa em um mercado de luxo que está se revelando mais desafiador do que o esperado”, disse a empresa.
Referência e vanguarda
A história da Burberry começou em 1856, quando Thomas Burberry fundou a empresa em Basingstoke, na Inglaterra. Em 1879, Burberry revolucionou o mundo da moda com a invenção do gabardine, um tecido inovador que era à prova d’água e respirável. Este tecido foi utilizado pelo Dr. Fridtjof Nansen em sua expedição ao Círculo Polar Ártico em 1893.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Burberry criou o icônico trench coat, uma peça que se tornou símbolo da marca. Em 1955, a Rainha Elizabeth II concedeu uma Garantia Real à Burberry, reconhecendo sua excelência e qualidade.
Nos anos 2000, a marca expandiu-se significativamente, abrindo sua primeira loja em Bond Street e nomeando Christopher Bailey como Diretor de Design. Em 2018, a Burberry lançou o Rainbow Vintage Check e iniciou uma parceria com a Ellen MacArthur Foundation para promover a moda circular.
Em 2019, a marca de luxo decidiu premiar os clientes que oferecessem mais roupas online com uma sessão de compras personalizada com um chá em suas lojas. O objetivo era atender consumidores conscientes e conseguir novos.
Para estação, a Burberry contou com a parceria com a The RealReal, empresa especializada na venda de produtos usados de luxo. Este passo surpreendeu o mercado, pois o segmento era contra empresas como a The RealReal. A grife Chanel chegou a processar a companhia, sob a alegação de venda de produtos falsificados.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires / Sergio Caldas)
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