Célio Salles: “Open Delivery surgiu para players do foodservice solucionarem as dores do setor“

Conselheiro da Abrasel foi um dos palestrantes do Latam Retail Show 2022 e defendeu a integração de toda a cadeia de produção como solução para ganho de eficiência

Após quase dois anos vivendo com as mudanças causadas pela covid-19, é possível afirmar que muitas delas vieram para ficar. A adoção do modelo de trabalho home office, o aumento de compras por canais digitais e a ampla adoção do delivery por bares e restaurantes são algumas das tendências que caíram no gosto do consumidor, que está se tornando cada vez digitalizado.

Para acompanhar a digitalização de seus clientes durante a pandemia, o setor de foodservice foi forçado a reestruturar toda a sua cadeia de produção e digitalizar seus processos. Etapas como recebimento e entrega de pedidos passaram ainda a serem terceirizados por aplicativos que possuem sistemas próprios, levando donos de bares e restaurantes a se adaptarem com as novas tecnologias ao mesmo tempo em que lutavam contra o fechamento de seus estabelecimentos.

De olho em tudo isso, a Abrasel idealizou o Open Delivery, iniciativa que busca desburocratizar e facilitar a operação de delivery no Brasil. O movimento foi um dos assuntos do terceiro e último dia do Latam Retail Show 2022, que aconteceu entre os dias 13 e 15 no Expo Center Norte, em São Paulo. A Mercado&Consumo é parceira de mídia e faz uma cobertura especial em tempo real do evento, a partir de um estúdio montado na área de exposições.

De acordo com o Célio Salles, conselheiro da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e cocriador da primeira versão do movimento, o Open Delivery se trata de padrões que integram os softwares de gestão de restaurantes e bares com aplicativos, marketplaces e operadores logísticos, reduzindo as ineficiências na gestão do cardápio, pedidos e logística.

“O open delivery traz fluidez e estimula competitividade. Com o protocolo estabelecido e formalmente usado por restaurantes e marketplaces, a iniciativa gera maior competitividade e aumento da concorrência. Com o aumento, os serviços são obrigados a melhorar“, diz.

Compartilhamento de dados

Estruturado em um único sistema de código aberto, a tecnologia atua entre o estabelecimento e o app/site de entregas, padronizando o cardápio, recebimento e organização de pedidos. O executivo contou ainda que, mesmo sendo criado por uma entidade, o Open Delivery não tem finalidade econômica. “É um projeto aberto entre players, para juntos solucionarem as dores do setor“, complementa.

O palestrante defendeu ainda que a base do Open Delivery é o compartilhamento de dados entre todos os stakeholders que integram a cadeia de produção dos estabelecimentos. Com uma base de informações sólida, é possível garantir ganho de eficiência dentro da cadeia de valor das marcas. 

“Os aplicativos de hoje em dia não dividem informações com os restaurantes que integram sua plataforma. Esse é um desafio, não apenas padronizar pedidos e processos, mas também compartilhar dados. Com plataforma e estabelecimentos alinhados, toda a cadeia ganha“, finaliza.

Imagem: Gabrielly Mendes

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