Por Marcos Hirai*
O fenômeno Uber tem popularizado a palavra “disruption”, termo inglês cunhado pelo professor de Harvard Clayton Christensen, no seu livro “O Dilema da Inovação”, onde criou a teoria da “Inovação Disruptiva”. A palavra no dicionário significa: ruptura, rompimento, fratura.
Não confundam inovação com ruptura. Disruptores são inovadores, mas nem todos os inovadores são disruptores. Essa palavra sintetiza as mudanças bruscas que estão ocorrendo no mundo dos negócios, na forma como consumimos produtos e serviços e que estão na origem do sucesso de empresas como Netflix, Google, Airbnb e o próprio Uber, que oferecem produtos acessíveis e criam um novo mercado de consumidores, desestabilizando as empresas que eram líderes no setor. Também deslocam um mercado, uma indústria, ou a tecnologia existente e produz algo novo e mais eficiente e de valor. É, ao mesmo, tempo destrutiva e criativa.
Claro, não é nada fácil construir um novo mercado, ter uma ideia que ainda ninguém teve ou pensar de forma diferente. Mas o momento econômico/político em que vivemos tem transformado a vida dos empresários brasileiros numa verdadeira montanha russa, onde a cada dia tudo muda, colocando em risco os planejamentos, as metas, os andamentos de projetos e os budgets, na maioria dos mercados, cada vez mais difíceis de alcançar.
Mas, provando que o executivo brasileiro é o mais preparado do mundo para ambientes de mudanças, fruto do passado repleto de planos econômicos, inflação e os altos e baixos da economia deste país, chegou mais uma vez a hora de colocar este talento à prova.
Como reverter a baixa nas vendas? Como não deixar seu negócio em risco? Como vender de forma diferente? É certamente um momento de reflexão. De buscar inspiração, benchmarks, de repensar, de exercitar a mente, de olhar fora da caixa, de fazer brainstorms, de dedicar tempo para conhecer coisas novas, enfim abrir a mente para enxergar o seu mercado de forma diferente ou pensar em novos mercados.
Não dá para esperar a crise passar, sob o risco da sua empresa não conseguir sobreviver até lá. Para aqueles que conseguem ter a cabeça no lugar, é hora de olhar o lado do copo cheio. É em momentos como estes que despontam os disruptores. O ambiente se torna propício. Como um instinto de sobrevivência, as pessoas e as empresas podem e devem buscar novos produtos, novos mercados ou novos nichos. E isto pode fazer seu negócio manter o folego, e a longevidade do negócio.
Agora, para quem insiste em olhar apenas para o lado do copo vazio, não fazendo nada, apenas se lamentando, vivendo do passado, só nos resta desejar boa sorte!
*Marcos Hirai (marcos.hirai@bgeh.com.br) é sócio-diretor da BG&H Retail Real Estate