O faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE e calculado pela APAS) registrou queda de 1,08% durante o mês de setembro, na comparação com o mesmo mês de 2017. O índice está relacionado ao conceito de mesmas lojas, que considera as unidades em operação pelo tempo mínimo de 12 meses. Este resultado fez o acumulado do ano chegar a 2,35% de crescimento em relação ao ano passado.
“A tendência de queda no acumulado deve-se em parte à quebra das expectativas positivas que havia no começo do ano, com os problemas políticos do governo atual, e pela volta do emprego formal de forma muito mais lenta que o esperado”, explicou Thiago Berka, economista da APAS.
Porém, a performance do setor não pode ser considerada tão ruim, segundo Berka, mesmo com o resultado de queda nas vendas. “O cenário é de retomada mais lenta da economia, quando se compara 2018 com 2017. Além disso, os efeitos do calendário de liberação do FGTS também contam bastante, quando R$ 43,6 bilhões foram injetados na economia no ano passado”, analisou.
A APAS projeta que o último trimestre do ano deve demonstrar uma recuperação maior para o setor. Além de ser uma época tradicional de vendas – Natal, Réveillon e Black Friday –, há também a definição da questão política, que favorece ao consumidor fazer planos para o futuro. Outro ponto importante para as projeções da entidade é o aumento, de forma lenta, mas consistente, do emprego formal, que chegou a 600 mil até setembro e 11,9% de taxa de desocupação.
“Todos esses fatores combinados devem fazer o ano de 2018 fechar com o Índice de Vendas dos Supermercados variando entre 2,8% e 3,2%”, projetou Berka.
Em relação ao desempenho por região, Campinas demonstrou bom crescimento nas vendas nominais, de 3,56%, pela primeira vez no ano, empatando com o interior do estado. A Grande São Paulo ficou com 1,43% de aumento, o que está muito abaixo das outras regiões, já que sofre com maiores níveis de desemprego.
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