O Núcleo de Tecnologia do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) organizou no primeiro semestre deste ano um curso para formar desenvolvedores a partir da base do movimento. A conclusão do curso foi a construção de uma horta controlada por computador, a Horta Solidária 4.0.
Dos 20 jovens formados no projeto-piloto, quatro já foram contratados por empresas. Uma nova forma, com 120 jovens, está sendo formada.
O projeto foi apresentado nesta segunda-feira, na Campus Party Brasil, que começou na semana passada de forma híbrida – parte presencial, parte online.
“O Núcleo de Tecnologia do MTST surgiu para atender a demanda pela empregabilidade. Para conseguir suprir em partes de conhecimento para inserir eles no mercado de tecnologia”, afirma Maira Mainardi, coordenadora de People (RH) no Beedo (EdTech),
O setor de tecnologia possui um déficit de profissionais capacitados. Segundo a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), até 2024, serão necessários 420 mil profissionais para atuar na área, mas o Brasil só forma 46 mil pessoas por ano.
Contrate quem luta
Além do curso de formação, o Núcleo de Tecnologia do MTST desenvolveu a Plataforma Contrate Quem Luta, que visa criar um canal para que militantes recebam propostas de trabalho.
Por meio do canal, que funciona via aplicativo de mensagem WhatsApp, os interessados podem contratar serviços em áreas como limpeza, segurança, portaria, estética, reformas e motofrete. O aplicativo cobre 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo.
“A ferramenta só faz a intermediação entre quem procura e quem oferece trabalho, ou seja, não tratamos nem de valores, nem de nenhum outro combinado, só colocamos em contato”, diz Gabriel Simeone, da coordenação do MTST.
A Campus Party Brasil é realizada pelo Instituto Campus Party e pela Gouvêa Experience, área de eventos da Gouvêa Ecosystem. A Mercado&Consumo é parceira de mídia do evento.
Imagem: Larissa Féria