As restrições de circulação e o alto volume de desemprego em níveis recordes têm feito os consumidores serem mais seletivos – e o setor varejista, desde o início da pandemia, tem sido um dos mais atingidos pela crise. Acerca deste tema, a Gouvêa Ecosystem realiza, na tarde desta terça-feira (15), o “Retail Trends – Admirável Mundo Novo”, a primeira edição de um evento que faz parte de uma série de discussões sobre o consumo e o varejo no Brasil e no mundo (clique aqui para acompanhar ao vivo).
Segundo Matthew Shay, CEO da National Retail Federation (NRF), que durante seu discurso de abertura relembrou que a Gouvêa Ecosystem foi a primeira delegação brasileira a comparecer à feira em Nova York e apoiar o trabalho da NRF, a pandemia serviu para acelerar mudanças na experiência dos clientes e proporcionou aos lojistas uma boa oportunidade de transformarem seus negócios. “Aqueles que se anteciparam e foram ágeis com certeza terão sucesso quando tudo passar”, disse o executivo.
Antes da pandemia, recordes de vendas, de crescimento e de taxa de aquisição de clientes foram quebrados nos Estados Unidos. “Os níveis de confiança do consumidor estavam extremamente altos e estávamos muito otimistas com a tendência de alta para 2020”, conta Shay.
Tudo mudou com a Covid-19. Mas o CEO da NRF disse que as vendas no varejo já têm apresentado bons resultados com a reabertura da economia. “O setor de varejo emprega diretamente 32 milhões de pessoas e sustenta 52 milhões. O setor é o maior empregador do país, em grande parte porque faz a interface entre outras indústrias e o consumidor. A pandemia não muda isso.”
Eleições americanas
Os membros da NRF estão ansiosos para trabalhar com o novo governo americano, que será comandando a partir de 2021 pelo democrata Joe Biden, diz Shay. Eles acreditam que a nova legislatura poderá ajudar promover o desenvolvimento econômico e a geração de empregos e de oportunidades para todos os cidadãos do país. Para Shay, este novo governo, como outros antes dele, vai enfrentar um país divido, independentemente do resultado da eleição de alguns cargos ainda em aberto.
“Por um lado, achamos que isso pode ser algo positivo, pois vai nos forçar a fazer concessões e trabalhar em conjunto com moderação, especialmente no que diz respeito à extensão do estímulo fiscal e do auxílio financeiro oferecido a milhões de famílias americanas que estão desempregadas e enfrentam dificuldades para comprar alimentos e pagar aluguéis”, comentou.
Shay citou os milhões de pequenas e grandes empresas em diversos setores que precisam de apoio, entre eles o varejo e o mercado de restaurantes. “Vamos trabalhar para estender seu auxílio também, pois são a base do crescimento econômico e da geração de empregos e precisam de ajuda.” E completou: “A NFR vai continuar a defender os interesses do nosso setor e dos 52 milhões de cidadãos que fazem a economia girar e criam tantas oportunidades.”
O executivo revelou que já está em contato com membros da equipe de transição de Joe Biden para descobrir como podem trabalhar juntos para promover saúde e segurança sem prejudicar a economia. Segundo ele, também haverá oportunidade de trabalhar junto ao novo governo em questões como imigração e investimentos em infraestrutura e avançar o debate em torno das relações comerciais com outros países ao redor o mundo. Todas essas, de acordo com Matthew Shay, serão questões centrais a serem discutidas no próximo ano com o presidente, o governo e o Congresso.
Imagem: Reprodução/National Journal