A Associação Paulista de Supermercados (Apas) divulgou um levantamento, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, que indica que o setor contratou 530.233 pessoas em 2017. Este é o maior número de empregos formais já observado no setor. Apenas no ano passado, foram criadas 8.592 vagas, número duas vezes superior ao de 3.992 vagas abertas em 2016.
Thiago Berka, economista da APAS, acredita que os números sejam positivos, mas que ainda falta bastante para chegar aos índices anteriores à crise econômica. “Os números passam confiança ao setor para seguir investindo e gerar cada vez mais empregos. A média de 2010 até 2014 foi de 18.915 postos líquidos positivos de trabalho, isso demonstra que há uma grande lacuna de avanço e crescimento para o setor buscar novos profissionais”, afirmou.
Os maiores contratantes do ano passado foram os supermercados e hipermercados, que abriram 5.289 vagas de empregos formais, cerca de 62% do total de empregos criados no setor durante o período. A situação não foi tão boa para os minimercados e mercearias, que contrataram apenas 292 pessoas em 2017, o pior resultado desde 2010.
Os resultados foram influenciados por diversos fatores. Berka defende que “o primeiro ponto foi a maior deflação histórica dos alimentos, que acelerou no segundo semestre e chegou ao menor valor da história do Plano Real, que, para o pequeno varejista, pressiona suas margens já apertadas. Outro ponto foi a intensificação das promoções de final de ano pelas médias e grandes redes, que tornou a competição ainda mais acirrada. E a possível antecipação da demissão dos funcionários temporários, de janeiro para dezembro, em virtude do desempenho abaixo do esperado para o Natal”.
2.292 empregos foram criados pelos atacados e atacarejos no ano passado. Este é um resultado que se assemelha ao de 2016, mas que está abaixo da média histórica. Os hortifrutigranjeiros tiveram o melhor desempenho desde 2013, com a abertura de 713 vagas.
Para 2018, a projeção da Apas é de crescimento de 25% em relação a 2017, com a criação de 12 mil novos empregos no setor. Para o economista isso deve ser possível graças à queda da inflação, da taxa básica de juros e a retomada da economia que é esperada para este ano. Assim, toda a atividade poderá recuperar faturamento e volume em vendas, dando espaço para a geração de empregos.
*Informações retiradas da Agência Brasil
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