A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) manifestou preocupação com os efeitos da guerra tarifária entre Estados Unidos e China sobre o mercado brasileiro. A entidade defende a adoção de cotas de importação com base nos volumes de 2024 como forma de evitar aumento da entrada de brinquedos chineses no país.
Nos últimos 25 anos, o Brasil importou mais de 85% dos brinquedos da China. Com a elevação das tarifas pelos Estados Unidos, a Abrinq avalia que há risco de redirecionamento em massa dos produtos chineses para o mercado brasileiro.
“O aumento da importação de brinquedos da China não garante benefícios aos consumidores na forma de preços mais acessíveis, muito menos de qualidade e segurança às crianças”, afirmou Synésio Costa, presidente da Abrinq. “A Abrinq defende a adoção de cotas de importação (mesmo volume em dólares e quantidades em unidades de 2024) como forma de resguardar o mercado da esperada redistribuição intensiva de produtos chineses, que antes iriam para os Estados Unidos.”
O dirigente também mencionou impactos para a produção local. “Os riscos do aumento desenfreado da importação de brinquedos são de desindustrialização, enfraquecimento da indústria nacional, migração para outros países das atividades de fomento, inovação, desenvolvimento tecnológico e investimentos”, declarou.
A entidade calcula que a indústria de brinquedos encerrou 2024 com faturamento de R$ 10,2 bilhões e projeta crescimento de 4% em 2025, condicionado à adoção de medidas contra o aumento das importações. A balança comercial do setor no ano passado registrou US$ 334,4 milhões em importações e US$ 11 milhões em exportações. O setor empregou 44.092 pessoas em 2024, entre trabalhadores diretos e terceirizados, ante 40.131 em 2023.
Imagem: Envato