A confiança nas marcas dos produtos é um dos principais fatores levados em conta pelo consumidor na hora de comprar. De acordo com a pesquisa IN BRANDS WE TRUST, que faz parte do relatório Edelman Trust Barometer 2019, 91% dos consumidores brasileiros afirmam que é “essencial” ou “fator decisivo” confiar que a marca “fará o que é certo”. Este quesito fica atrás somente da qualidade e do custo-benefício, com 92% da preferência no ranking das principais considerações. A pesquisa foi realizada em oito países.
O levantamento revela que a confiança nas marcas está crescendo em importância para os brasileiros. Isso acontece devido ao crescimento da preocupação com o impacto das empresas na sociedade (75%); produtos (69%); por questões como inovação e experiência como consumidor (55%); incluindo o uso de dados pessoais e de inteligência artificial.
“A confiança sempre pesou na hora de alguém optar por um produto, mas agora as expectativas das pessoas evoluíram”, disse Marcília Ursini, vice-presidente executiva da Edelman Brasil. “Hoje não basta entregar um produto de qualidade e com bom preço, é preciso oferecer uma boa experiência de compra e impactar a sociedade de maneira positiva”, explicou.
Ainda de acordo com a pesquisa, quando o consumidor confia em uma marca há muito tempo, a chance dele comprar novos produtos é maior (58%) do que o consumidor que não confia completamente nela (23%). A probabilidade de permanecer fiel também é maior, de 63% contra 25%, de defendê-la (60% versus 23%) e de apoiá-la (51% contra 20%).
Quando a marca é confiável em relação ao produto, à experiência de compra e ao impacto social, a porcentagem de consumidores que comprarão pela primeira vez, permanecerão leais, defenderão e apoiarão é maior, de 72%, do que a de consumidores que compram confiando apenas no produto (52%). Entre os benefícios, está também a abertura que essas empresas terão ao se comunicar com os consumidores.
Em um cenário onde 77% dos brasileiros evitam a publicidade, o estudo mostra que, entre os que confiam na marca há muito tempo, 88% vão prestar atenção em seus anúncios e demais comunicações.
Apesar da importância de se construir confiança e dos benefícios que isso traz, as empresas estão falhando nesse aspecto. No Brasil, 63% dos entrevistados acreditam que toda marca tem a responsabilidade de se envolver em pelo menos uma questão social, mas apenas 23% afirmam ter experiência pessoal de que elas levam em conta os principais interesses da sociedade. Assim, apenas 36% dos brasileiros confiam na maioria das marcas que consomem.
Os consumidores demonstram que estão atentos a quem defende uma causa por meio de discursos e anúncios, mas que não realizam ações compatíveis. O estudo mostra que 65% dos brasileiros afirmam que marcas usam questões sociais como manobra de marketing para vender mais. Com isso, a população brasileira está decepcionada com a falta de impacto produzido por elas, com apenas 46% acreditando que as empresas têm ideias melhores do que o governo para solucionar os problemas do país.
“Abordar uma questão social em um anúncio é bem diferente de promover mudanças reais na sociedade”, disse Marcília. “Para defender a Floresta Amazônica, por exemplo, é preciso tomar iniciativas reais que a protejam de fato, não apenas se manifestar quando o assunto está em alta”, concluiu.
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