A Walgreens anunciou nesta terça-feira, 15, que planeja fechar 1.200 lojas nos próximos três anos, enquanto busca reduzir ainda mais sua presença em meio à queda nas vendas e às mudanças no comportamento do consumidor.
A rede de farmácias informou que 500 dos fechamentos ocorrerão nos próximos 12 meses. A empresa estima que um quarto de suas 8.700 lojas nos EUA não são rentáveis.
A Walgreens anunciou os fechamentos como parte de seus resultados financeiros do quarto trimestre fiscal e do ano completo, que superaram as expectativas de Wall Street. Em um comunicado, o CEO Tim Wentworth reconheceu que a empresa estava no meio de uma “reestruturação” que “levaria tempo”.
“Estamos confiantes de que isso trará benefícios financeiros e para o consumidor a longo prazo”, afirmou Wentworth.
Em junho, a Walgreens disse que planejava fechar um número “significativo” de suas lojas com baixo desempenho até 2027. O anúncio de terça-feira parece ser a primeira estimativa exata da empresa sobre quantas unidades serão fechadas.
As ações da Walgreens subiram mais de 12% na terça-feira com a notícia, sinalizando que o movimento não foi uma surpresa e até bem recebido pelos investidores. A empresa anunciou os resultados do quarto trimestre fiscal em linha com as expectativas, com uma perda por ação de US$ 3,48 em comparação a US$ 0,21 no mesmo trimestre de 2024. As receitas, por sua vez, aumentaram 6% ano a ano, totalizando US$ 37,5 bilhões.
Mary Langowski, presidente de saúde dos EUA na empresa, disse que as ações tomadas até agora focaram no valor de curto prazo para os acionistas. Para o ano fiscal de 2025, a empresa se concentrará no crescimento de suas principais linhas de negócios, incluindo farmácias e serviços de farmácias especializadas.
O CEO Tim Wentworth afirmou durante a teleconferência de resultados na terça-feira que, quando assumiu o cargo no ano passado, seu foco foi garantir que o varejista em dificuldades tomasse medidas para cortar despesas, e desde então ele conseguiu reduzir a dívida líquida em US$ 1,9 bilhão.
Mas ainda há mais trabalho a ser feito. “Aproveitar esse impulso é fundamental à medida que direcionamos nosso foco de execução para estabilizar nossa economia central”, disse Wentworth.
Os fechamentos de lojas, ou a estratégia de “otimização de presença física”, estão focados no que Wentworth chamou de “reorientar” a empresa como uma farmácia de varejo. Wentworth disse que não espera mais cortes na força de trabalho de 300.000 membros, que já está sobrecarregada.
“Não temos muito espaço para mais reduções de pessoal nas lojas… Nossas lojas já estão com equipe reduzida. Não é aí que faremos a diferença”, afirmou.
Cenário
Tanto a Walgreens quanto sua concorrente CVS estão enfrentando um ambiente operacional desafiador, lutando para se manterem lucrativas à medida que os consumidores mudam seus hábitos.
As redes de farmácias dos Estados Unidos estão sendo pressionadas, em parte, por mudanças no mercado de medicamentos prescritos, incluindo reembolsos mais baixos das gestoras de benefícios de farmácias (PBMs), empresas terceirizadas que administram os benefícios de medicamentos prescritos para as companhias de seguro de saúde.
Recentemente, as PBMs foram acusadas de inflacionar os custos dos medicamentos e são alvo de várias reformas e ações legislativas e regulatórias. O resultado disso tem sido um aumento no número de “desertos de farmácias” nos EUA.
Com informações de Yahoo! Finance e NBC News.
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