A NRF mal começou, mas o tema polarizador de atenções na retomada de sua versão presencial em 2022 em Nova York já está definido e será o metaverso e seu impacto no varejo e consumo. Depois que o Facebook com seus quase 3 bilhões de usuários no mundo adotou o conceito, evoluindo em suas ações ligadas a Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), aquilo que era uma iniciativa digital ainda limitada tomou a forma de um movimento transformador e impactante na realidade dos negócios e permite falarmos da emergente metaconomia.
Mesclando conceitos, iniciativas, investimentos e novos negócios, que envolvem NFT (Non-fungible token), Virtual Reality, Augmented Reality, VR commerce, criptomoedas, blockchain e o próprio metaverso, essa metaeconomia vai gerar receitas e investimentos significativos nos próximos anos. E a velocidade com que alcançará resultados consistentes vai depender muito de sua integração, ou não, de forma mais ampla com a economia real.
Um conceito abraçado pelo Facebook a ponto de criar um novo negócio e marca só focados nele, o metaverso já estreia com forte poder impulsionador e avassaladora capacidade de mobilização de interesse, integrando iniciativas digitais com serviços e produtos, como seus investimentos com a Oculus e outras incorporações de negócios. A empresa declarou que só na Europa deverá recrutar 10 mil funcionários nos próximos cinco anos para essa iniciativa.
Quando a Bloomberg Intelligence prevê que apenas a frente do metaverso pode mobilizar US$ 800 bilhões em negócios em suas diversas frentes nos próximos anos, está configurada uma realidade no plano digital que não deve ser ignorada, que complementará ou substituirá a economia real como a conhecemos hoje e vai abraçar a todos em algumas de suas propostas.
Como todos os movimentos digitais e disruptivos relevantes recentes vividos pelo mundo em sua fase precursora, a que hoje vivemos hoje será quase que totalmente concentrada no universo dos “insiders”, que adotam, promovem e nela atuam e, gradativamente, será parcial ou totalmente integrada em nossas vidas.
A metaeconomia vai envolver milhões de pessoas ao longo do tempo, inicialmente concentradas na pesquisa e no estudo de possibilidades, desenvolvimento e programação de soluções inovadoras, além da promoção e disseminação de seu uso.
Nesta fase inicial, todas as iniciativas de marcas e conceitos tradicionais adotando o metaverso e suas variantes – em diversas aplicações, que vão da promoção, relacionamento e treinamento à criação de produtos digitais – se tornam tema de apresentações que mostram o mundo em transformação.
Como feito pela rede global H&M e sua loja no ambiente do metaverso ou a Boticário no Brasil e seu uso nos programas de treinamento de suas equipes de lojas e outros canais.
Ou a marca de luxo Balenciaga integrando com Fortnite, ou Ralph Lauren e Gucci com Roblox na criação de novas experiências no universo dos games.
Em especial nessa área de games, o principal segmento em expansão na indústria do entretenimento, o campo mais fértil do universo do metaverso são os quase 3 bilhões de usuários frequentes no mundo, o que assegura um público e um nível de interesse consistentes ao longo do tempo.
Se você acha que esse negócio de metaverso é apenas para iniciados, geeks e insiders digitais, está na hora de conhecer e se aprofundar mais sobre o impacto potencial da metaeconomia, com suas empresas, investimentos e ações, pois, antes que perceba, também vai abraçar, entreter ou envolver você. Ou quem está muito próximo a você.
Nota: Confira a cobertura especial que a Mercado&Consumo faz da NRF 2022 clicando aqui.
Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock