A Gol informou que “segue cumprindo as suas obrigações em todos os seus empréstimos e financiamentos, sem nenhum atraso nas parcelas de juros ou amortização”.
A empresa aérea vem enfrentando uma pressão de caixa para atender os compromissos no curto prazo com rumores de que precisará entrar com chapter 11, equivalente à recuperação judicial nos Estados Unidos.
Ao final do terceiro trimestre, a empresa tinha um endividamento de R$ 20,3 bilhões, com R$ 3 bilhões vencendo dentro de um ano.
A Gol tem a obrigação de pagar neste mês os juros de três títulos, as Senior Notes com vencimento em 2025, as Exchangeable Senior Notes com vencimento em 2024 e as Notas Perpétuas, de acordo com a assessoria de imprensa da empresa.
Com todo esse noticiário envolvendo uma crise financeira na Gol, as ações da empresa acumulam perdas de 25% no ano de 2024, o segundo pior desempenho dos ativos que compõem a carteira teórica do Ibovespa, até aqui.
Os títulos de dívida emitidos no exterior da Gol despencaram mais de 40% entre a terça e quarta-feira no mercado secundário. Os papéis operam em níveis chamados no mercado de dívida de “distressed”, quando as cotações passam a embutir a expectativa de um alto risco de inadimplência.
Reestruturação da dívida externa
Em fevereiro passado, a Gol anunciou a reestruturação de sua dívida com títulos de dívida emitidos no exterior, após fechar acordo com os acionistas da Abra Group, holding que agregará ações da Gol e da colombiana Avianca, e um grupo de credores detentores de bonds. A reestruturação prevê a injeção de pouco mais de US$ 400 milhões e troca de bonds.
A opção de troca dos bonds envolveu papéis de todos os vencimentos que a empresa tinha circulando no mercado naquele período – os bonds 2024, 2025, 2026 e os perpétuos – por novos bonds que serão emitidos pela Abra, com vencimento em 2028.
Com informações de Estadão Conteúdo (Ana Rita Cunha, especial para a AE)
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