Mas, com a crise, o atacarejo ganhou força nos últimos anos em relação aos hipermercados e supermercados. E, ao contrário do que se supunha, conseguiu conquistar consumidores pessoas físicas, especialmente de maior renda, que vão à loja comprar itens para uso próprio.
Pesquisa do instituto Data Popular para o Assaí, braço de atacarejo do Grupo GPA, revela que as famílias de menor renda com ganhos médios mensais de até R$ 1,3 mil respondem por 11% dos consumidores desse tipo de loja. Mais da metade dos clientes (54%) pertencem aos lares com renda média mensal entre R$ 1,9 mil e R$ 3,6 mil. Famílias com renda mais alta, entre R$ 6,1 mil e R$17,3 mil, são 35%.
A pesquisa nacional, feita em outubro de 2016 com 10 mil pessoas em mais de uma centena de lojas do Assaí, revelou também que os consumidores pessoas físicas são mais da metade da clientela.
Dorival Mata-Machado, sócio-diretor do Data Popular, explica que o objetivo foi conhecer o perfil dos clientes. Além da crise, que obrigou o brasileiro a economizar, ele atribui o aumento dos clientes de maior renda no atacarejo ao fato de esse tipo de loja reproduzir um supermercado comum, tanto nos volumes que podem ser comprados como na não obrigatoriedade de se filiar à loja, como ocorre nos clubes de compras.
“O atacado nasceu na periferia e, de fato, atendia às classes D e E. Mas o mercado veio mudando e o atacarejo atende a todas as classes”, diz o presidente do Assaí, Belmiro Gomes.
Fiado. Para Ricardo Roldão, presidente da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço, a clientela predominante hoje nos atacarejos é das classes B e C. Já as famílias de menor renda também são abastecidas pelo atacarejo, mas indiretamente. Isso porque, segundo ele, os pequenos mercadinhos, que facilitam a compra vendendo muitas vezes fiado, se abastecem nas lojas de atacarejo.
Gomes, do Assaí, compara a mudança de perfil que houve no Brasil nos consumidores do atacarejo à que ocorreu nos Estados Unidos. Com a crise de 2008, os americanos procuraram o “cash and carry”, o modelo correspondente ao atacarejo no Brasil. E, depois que a economia melhorou, não deixaram de frequentar esse tipo de loja.
Esse desejo é confirmado pela pesquisa do Data Popular que mostra que 56% dos entrevistados passaram a fazer compras no atacarejo por causa da crise. E quase a totalidade deles(98%) não pretende deixar de frequentar este tipo de loja, quando a economia melhorar.
Atento a essa tendência, Gomes conta que, em 2017, o GPA vai converter de 15 a 20 hipermercados em atacarejo. O impacto da conversão na receita deve ser significativo. Em 2016, em duas lojas de hipermercados convertidas, o faturamento cresceu 2,5 vezes. A maioria da 28 novas lojas de atacarejo previstas pelo GPA para este ano será fruto de conversões.
Gomes não revela quanto pretende investir nas conversões nem no novo modelo de loja de atacarejo, com área útil de vendas e pé direto que são o dobro das lojas atuais de atacarejo. Mas o executivo explica que, como as lojas maiores dispensam os centros de distribuição, é possível reduzir custos de logística entre 3% e 5%. Isso permite ter preços ainda menores.
Segundo a consultoria Nielsen, os preços no atacarejo hoje são 15% menores em relação ao varejo tradicional, diz Gomes.
“O modelo de grandes lojas de hipermercados está sendo questionado no mundo todo e no Brasil por causa do atacarejo”, afirma a responsável pela área de atacado e varejo da Nielsen, Daniela Toledo. Em 2016, a receita do atacarejo cresceu 11,3%, enquanto a dos hipermercados caiu 7,4%, aponta.
O bom desempenho do atacarejo provoca mudanças nos planos também dos atacadistas tradicionais. Emerson Destro, presidente da Abad, que reúne os atacadistas que vendem só para varejistas, diz que seu segmento está expandindo para o atacarejo. Sua empresa, por exemplo, vai abrir duas lojas de atacarejo.
Os consumidores mais pobres e os donos de bares e restaurantes são minoria nas lojas de atacarejo, que misturam atacado com varejo e têm a proposta de vender alimentos e itens de higiene e limpeza a preços mais baixos do que nos hipermercados e supermercados. Esse tipo de loja, que antes era frequentado principalmente por pequenos comerciantes, que precisavam fazer compras de grandes volumes, passou por uma mudança de perfil nos últimos anos.
Com a crise, o atacarejo ganhou força nos últimos anos em relação aos hipermercados e supermercados. E, ao contrário do que se supunha, conseguiu conquistar consumidores pessoas físicas, especialmente de maior renda, que vão à loja comprar itens para uso próprio.
Pesquisa do instituto Data Popular para o Assaí, braço de atacarejo do Grupo GPA, revela que as famílias de menor renda, com ganhos médios mensais de até R$ 1,3 mil, respondem por 11% dos consumidores desse tipo de loja. Mais da metade dos clientes (54%) pertence aos lares com renda média mensal entre R$ 1,9 mil e R$ 3,6 mil. Famílias com renda mais alta, entre R$ 6,1 mil e R$ 17,3 mil, são 35%.
A pesquisa nacional, feita em outubro de 2016, com 10 mil pessoas, em mais de uma centena de lojas do Assaí, revelou também que os consumidores pessoas físicas são mais da metade da clientela.
Dorival Mata-Machado, sócio-diretor do Data Popular, explica que o objetivo foi conhecer o perfil dos clientes. Além da crise, que obrigou o brasileiro a economizar, ele atribui o aumento dos clientes de maior renda no atacarejo ao fato de esse tipo de loja reproduzir um supermercado comum, tanto nos volumes que podem ser comprados quanto na não obrigatoriedade de se filiar à loja, como ocorre nos clubes de compras.
“O atacado nasceu na periferia e, de fato, atendia às classes D e E. Mas o mercado veio mudando e o atacarejo atende a todas as classes”, diz o presidente do Assaí, Belmiro Gomes.
Fiado. Para Ricardo Roldão, presidente da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço, a clientela predominante hoje nos atacarejos é das classes B e C. Já as famílias de menor renda também são abastecidas pelo modelo, mas indiretamente. Isso porque, segundo ele, os pequenos mercadinhos, que facilitam a compra vendendo muitas vezes fiado, se abastecem nas lojas de atacarejo.
Gomes, do Assaí, compara a mudança de perfil que houve no Brasil nos consumidores do atacarejo à que ocorreu nos Estados Unidos. Com a crise de 2008, os americanos procuraram o “cash and carry”, o modelo correspondente ao atacarejo no Brasil. E, depois que a economia melhorou, não deixaram de frequentar esse tipo de loja.
Esse desejo é confirmado pela pesquisa do Data Popular que mostra que 56% dos entrevistados passaram a fazer compras no atacarejo por causa da crise. E quase a totalidade deles (98%) não pretende deixar de frequentar este tipo de loja, quando a economia melhorar.
Atento à tendência, Gomes conta que, em 2017, o GPA vai converter de 15 a 20 hipermercados em atacarejo. O impacto da conversão na receita deve ser significativo. Em 2016, em duas lojas de hipermercados convertidas, o faturamento cresceu 2,5 vezes. A maioria da 28 novas lojas de atacarejo previstas pelo GPA para este ano será fruto de conversões.
Gomes não revela quanto pretende investir nas conversões nem no novo modelo de loja de atacarejo, com área útil de vendas e pé direto que são o dobro das lojas atuais do setor. Mas o executivo explica que, como as lojas maiores dispensam os centros de distribuição, é possível reduzir custos de logística entre 3% e 5%. Isso permite ter preços ainda menores.
Segundo a consultoria Nielsen, os preços no atacarejo hoje são 15% menores em relação ao varejo tradicional, diz Gomes.
“O modelo de grandes lojas de hipermercados está sendo questionado no mundo todo e no Brasil por causa do atacarejo”, afirma a responsável pela área de atacado e varejo da Nielsen, Daniela Toledo. Em 2016, a receita do segmento cresceu 11,3%, enquanto a dos hipermercados caiu 7,4%, aponta.
O bom desempenho do setor provoca mudanças nos planos também dos atacadistas tradicionais. Emerson Destro, presidente da Abad, que reúne os atacadistas que vendem só para varejistas, diz que seu segmento está expandindo para o atacarejo. Sua empresa, por exemplo, vai abrir duas lojas no modelo.