Esta semana aconteceu o Amazon Prime Day, o dia de descontos criada pelo gigante do varejo, que acontece em 18 países, incluindo o Brasil. A data comemorativa integra a estratégia da companhia para reinar absoluta no varejo online, com muitos itens oferecidos a preços muito mais baixos.
A projeção da Coresight Research é que o Amazon Day deste ano tenha chegado a 5,8 bilhões de dólares ou 20 bilhões de reais em vendas. Isso representaria um crescimento de 49% em relação ao ano passado.
Esta grande promoção leva outros varejistas a realizar ofertas no mesmo dia, a fim de tentar competir e aumentar as vendas. Entre os que apostam nesta tática estão Target, Best Buy e Walmart. No ano passado, a Amazon registrou um aumento de 45% no tráfego na data, enquanto a Costco registrou um pico de 27%, seguida pela Apple (22%) e pela Best Buy (13%).
No Brasil, o mercado pulverizado dificulta o domínio de uma empresa no e-commerce. As vendas do Prime Day ultrapassam o que foi comercializado pelo Magazine Luiza em todo o ano de 2018, por exemplo. Por aqui, a varejista e o Mercado Livre são destaques no varejo online, território que deverá ser melhor explorado pela Via Varejo. Estas empresas tem maior presença no país e a Amazon utilizou a data para tentar crescer no Brasil.
Ainda de acordo com as estimativas da Coresight Research, as vendas nos Estados Unidos serão responsáveis por US$ 3,6 bilhões em vendas, o equivalente a 62% do total. Os demais países devem responder por US $ 2,2 bilhões.
Os EUA responderão por aproximadamente em vendas, ou estimado de vendas, enquanto os não-americanos deverão faturar, segundo a Coresight. No ano passado, os consumidores norte-americanos da Coresight estimaram em US $ 2,4 bilhões e os compradores de fora dos EUA US$ 1,5 bilhão. A empresa calcula que no total das vendas mundiais, a Amazon faturou US$ 277 bilhões no ano passado, o que significa que o Prime Day foi responsável por 1,4% das vendas anuais.
A Amazon investe na data nos Estados Unidos para fortalecer a assinatura Prime, que oferece melhores fretes e ofertas exclusivas. Este ano deverá ser o primeiro ano em que mais da metade (51,3%) das famílias dos EUA serão membros do Amazon Prime, de acordo com dados do eMarketer. Em 2019, serão 65 milhões de usuários, um aumento de 8,6% em relação a 2018.
As vendas de e-commerce da Amazon também devem aumentar 17,7% este ano, chegando a US$ 221,13 bilhões. Assim, a gigante dominará o e-commerce americano, com uma fatia de 37,7% do mercado, ou 4% do total do varejo dos EUA.
De acordo com dados do Profitero, quase metade (41%) dos clientes do Prime Day utilizou as avaliações para decidir fazer uma compra. A previsão é que 76% dos membros Prime tenham feito compras na data. Em 2018, foram 63%. No ano passado, a Amazon vendeu mais de 100 milhões de produtos durante o evento.
De acordo com um relatório da Bazaarvoice, 44% dos consumidores indicaram que problemas recentes com análises falsas de produtos no site da Amazon influenciariam na decisão de fazer compras. 37% disseram que seriam mais cautelosos na hora de realizar compras devido a críticas falsas e 7% afirmaram que não participariam do Prime Day.
Gastos em publicidade na data
O Amazon Prime Day traz grandes oportunidades para as empresas que vendem no site. Esta é a quinta edição do evento e a mais longa, com 48 horas de duração, ao invés das 36 usuais, mas não é barato anunciar na ocasião.
Uma das tendências é o aumento dos custos de publicidade, com taxas de custo por clique de mais de US$ 20. Os altos custos por clique são algo que a maioria dos anunciantes espera em períodos de pico, como o Prime Day e o quarto trimestre (Q4), mas o custo real da publicidade em relação ao Prime Day ainda não pode ser medido de forma definitiva.
Todd VanderStelt, Managing Partner da Dash Applications, observa que a principal medida de desempenho da Amazon, ACoS (Custo de vendas de publicidade), depende de um período de retrospectiva de 14 dias. Isso é para contabilizar os atrasos nas ações de compra, pedidos cancelados e problemas de pagamento. O período de restrospectiva de 14 dias, combinado com uma volatilidade significativa nos rankings de vendas e busca durante o Prime Day, significa que a contagem do custo real é difícil.
“Uma abordagem baseada em objetivos, a paciência para permitir que os dados amadureçam e a capacidade de explicar esses dados ainda são os fundamentos”, disse VanderStelt.
Apesar da incerteza, as marcas ainda veem vantagem em anunciar na Amazon. A companhia cobrou de muitas marcas pelo menos o dobro em publicidade durante o Prime Day. Curiosamente, a própria Amazon supostamente cortou seus próprios esforços de publicidade no Google. Uma das possíveis causas para isso seria o desejo da Amazon de não querer que o Google receba dados sobre seus produtos por meio de campanhas de venda durante a data.
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