Com a alta nos preços de produtos de consumo diário, o brasileiro apresenta dificuldade para manter seu padrão de consumo. Nos últimos 27 meses, a inflação apresentou acúmulo de 17% e a renda informal cresceu em 103%.
De acordo com informações do Consumer Insights 2022, relatório produzido pela Kantar, o consumidor atual tem que desembolsar 13% a mais do que gastava no ano passado para comprar uma cesta básica composta por alimentos, bebidas, produtos de limpeza doméstica, higiene e beleza. Com o salário mínimo abaixo da inflação prevista para o ano, o relatório indica que o volume de produtos adquiridos diminuiu 5%.
Dentro desse contexto, o relatório indica que o brasileiro tem negligenciado refeições completas, que ficaram 21% mais caras, apresentando um tíquete médio de R$43,94. O consumo em estabelecimentos comerciais nos horários de almoço caiu 25% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o período pré-pandemia.
Para balancear esse aumento, a saída encontrada foi o consumo de petiscos (snacks), que ficaram 11% mais caros, porém bem abaixo do aumento das refeições completas e com um tíquete médio quatro vezes menor.
Consumo por região
O carrinho de quem mora na região Norte é, segundo o estudo, o maior do País. No primeiro trimestre de 2022, o brasileiro levou para casa em média 15 categorias de produtos a cada visita ao ponto de venda.
O aumento de preços da região foi bem abaixo da média das sete principais regiões avaliadas pela Kantar, da ordem de 4,5%, versus 13,7%, e com isso o nortista conseguiu aumentar o consumo em 18,9%. Os dados podem ser notados em domicílios das classes C e D, que compraram seus produtos no varejo tradicional e em pequenos varejos, responsáveis por 7% e 11% deste crescimento, respectivamente.
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