O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) apontou que o varejo brasileiro apresentou crescimento de 0,5% em julho na comparação com o mesmo período de 2017, descontando a inflação que incide sobre a cesta de setores do varejo ampliado. Em termos nominais, número que reflete o que o varejista de fato observa na receita das suas vendas, o indicador registrou alta de 4,4% na comparação com o ano anterior.
O mês de julho foi prejudicado pelo calendário. Em relação ao mesmo mês do ano passado, julho teve uma terça-feira a mais e um sábado a menos, dia da semana geralmente mais forte para o varejo. Além disso, houve o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 no Estado de São Paulo que, em 2017, caiu em um domingo. Ajustados a esses impactos, o índice deflacionado apontaria alta de 1,4%, o que representa uma leve aceleração em relação ao observado no mês de junho (1,1%). Já pelo ICVA nominal, no mesmo conceito, o indicador apresentaria alta de 5,3% na comparação com o mesmo período de 2017, apresentando uma aceleração em relação a junho (4,4%).
“O ICVA nominal ajustado aos efeitos de calendário manteve a trajetória de retomada que vinha sendo apresentada nos últimos meses. Vale ressaltar que esse resultado foi impulsionado por uma aceleração da inflação, especialmente em alimentos, combustíveis e viagens, o que pode ser observado no ICVA deflacionado”, apontou Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo.
É importante observar também que a Copa do Mundo também trouxe impactos para as vendas. Os dois jogos da seleção brasileira ocorridos em julho tiveram efeito negativo de 1 ponto percentual nas vendas do varejo.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em junho pelo IBGE apontou alta de 4,48% no acumulado dos últimos 12 meses, com uma aceleração em relação ao número registrado em junho (4,39%). Os blocos de Alimentação fora do Domicílio e Artigos de Residência e Transportes contribuíram para a aceleração do índice. Particularmente, segundo o IBGE, Passagens Aéreas contribuíram fortemente para o aumento, saindo de uma deflação de 15,4% no mês anterior para uma inflação de 15,7%.
Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado em julho ficou em 3,8%, tendo uma aceleração em relação ao registrado em junho (3,3%).
O resultado do mês, quando comparado com o mesmo período do ano passado, foi puxado principalmente pelo desempenho do bloco de Bens Não Duráveis, único macrossetor que apresentou aceleração na margem. Deste grupo, destaque positivo para Supermercados/Hipermercados e Drogarias/Farmácias. “O setor de Supermercados segue puxando a recuperação do varejo, enquanto a maioria dos demais apresenta oscilações”, disse Mariotto. Dentre os destaques negativos, encontra-se o setor de Vestuário. “Analisando os registros oficiais de temperatura, julho fez menos frio que o mesmo mês de 2017, principalmente no Sudeste, o que pode explicar parte deste desempenho”, complementou.
Pelo ICVA deflacionado sem ajustes de calendário, comparando com o mesmo período do ano anterior, o varejo ampliado na região Centro-Oeste apresentou alta de 5,0%, seguido pelas regiões Norte e Sul com 4,8% e 4,0%, respectivamente. Por fim, vale mencionar as regiões Nordeste, com alta de 3,7%, e o Sudeste, com retração de 1,9%.
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – o destaque foi a região Centro-Oeste, que registrou alta de 8,2%. Em seguida, temos as regiões Nordeste e Norte com crescimentos de 7,7% e 7,1%, respectivamente. Já as regiões Sul e Sudeste apresentaram crescimentos de 6,5% e 2,4%, respectivamente.
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