O diretor-presidente da Camil, Luciano Quartiero, disse que a conclusão da compra da Mabel deve ocorrer em menos de um mês. “Temos expectativa que o closing da compra da Mabel aconteça no início de novembro”, disse Quartiero, na sexta-feira, 14, durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre fiscal de 2022, encerrado em agosto deste ano.
A Camil anunciou a aquisição da Mabel em agosto deste ano, por R$ 152,8 milhões. Na ocasião, também comunicou o licenciamento da marca Toddy para cookies. Até a conclusão do negócio, a Camil continuará operando de forma independente da Mabel.
A transação marca a entrada da Camil em biscoitos. Até então, a companhia atuava apenas em massas na cadeia de trigo.
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Camil, Flávio Vargas, disse que a empresa estuda a entrada no segmento de farinha de trigo, como frente para consumo interno e varejo.
Café
A Camil tem planos de lançar novos produtos da categoria de cafés em seis meses e está dando início a uma parceria para produzir café em embalagens a vácuo, conforme disse Quartiero.
“Com a (marca) União, temos só dois SKUs (dois tipos de produtos), mas a companhia tem planos de lançar novos produtos nos próximos seis meses, e estamos iniciando uma parceria para ter pacotes (fechados) a vácuo. Para se ter ideia da relevância, no Rio de Janeiro e em São Paulo, 30% do mercado é (cafés com embalagens) a vácuo, enquanto no Sul e Nordeste a maior parte é a vácuo”, explicou Quartiero. “Ter o vácuo é importante para entrar nesses mercados. Nossa expansão para ter melhor produção de vácuo deve ficar pronta em meados de fevereiro”, continuou.
O executivo avaliou que a companhia está indo “muito bem” na conquista de participação em mercados regionais importantes e no Brasil. Na Grande São Paulo, em seis meses a Camil deve atingir 4% de participação, conforme Quartiero. “É uma bela conquista”, afirmou.
Para o Brasil, a expectativa para o segmento do café é atingir ao redor de 1,5% no mesmo período.
Aquisições
A Camil pode continuar adquirindo empresas dos segmentos de massas, cafés e biscoitos, segundo avaliação do diretor-presidente da companhia. “Nas novas categorias, há muita possibilidade de expansão. A Camil continua com a missão de consolidar mais e ser mais significativa nestes segmentos, de massas, café, biscoitos. A Mabel é o primeiro passo, provavelmente tem mais oportunidades”, disse Quartiero.
No segmento de grãos, a empresa poderá crescer de forma expressiva tanto por meio de expansão orgânica como pela compra de outras empresas. “É um segmento muito pulverizado. Se a empresa conseguir fazer a consolidação, por aquisição ou de forma orgânica, a Camil tem potencial para dobrar de tamanho nesta categoria”, disse.
Quartiero citou também sobre o “forte potencial de expansão” da marca União, com a qual a empresa comercializa açúcar e café. Questionado se o crescimento da companhia nos próximos anos viria mais por aquisições ou expansão orgânica, o executivo respondeu que não era possível dizer com exatidão, mas enfatizou que há muito por crescer organicamente. “A oportunidade de crescimento orgânico nas categorias em que estamos é muito grande”, afirmou.
Com informações de O Estado de S. Paulo: Clarice Couto e Isadora Duarte
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