As fortes chuvas que atingiram a capital paulista desde o dia 11 de outubro, causando um apagão que deixou milhões sem energia, também resultaram em prejuízos para o comércio local. Um levantamento realizado pela VR, plataforma de serviços para trabalhadores e empregadores que possui 3.600 estabelecimentos comerciais credenciados em São Paulo, nas regiões impactadas, apurou que quase 3 mil (2.955, 83%) deles foram afetados de alguma forma pelo apagão.
O estudo revela ainda que, entre esses estabelecimentos comerciais, 1.548 (43%) fecharam ou não realizaram nenhum tipo de transação com os cartões de benefícios da VR nos dois primeiros dias do apagão, sábado, 12, e domingo, 13 de outubro.
Grande parte dos comércios afetados está localizada na Zona Sul, nos bairros Morumbi, Campo Limpo, Interlagos, Santo Amaro, Jardim São Luís, Americanópolis, Saúde e Vila Mariana. Mais de 1.021 estabelecimentos (28,5% do total) foram impactados somente nessas regiões.
A Zona Oeste foi a segunda mais impactada pelo apagão, com 934 estabelecimentos (28%) prejudicados nos bairros da Barra Funda, Perdizes, Butantã, Vila Romana, Pinheiros e City América. Jardim Paulista e Bela Vista, na Zona Central de São Paulo, ocuparam a terceira posição no levantamento, com 630 comércios (17,5%) fechados ou que não realizaram transações com cartões da VR.
A VR também avalia que a redução na oferta de serviços essenciais afetou trabalhadores e empregadores, uma vez que muitos mercados e restaurantes não puderam operar, reduzindo a disponibilidade de produtos e serviços de alimentação devido à falta de energia.
Pedido de intervenção
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), 16 prefeitos de cidades do Estado afetadas pela queda no fornecimento de energia elétrica decorrente do temporal da última sexta-feira, 11, e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes encaminharam à Corte, nesta terça-feira, 15, uma carta na qual pedem a adoção de medidas urgentes contra a Enel, como a intervenção na concessão nos municípios paulistas ou a declaração de caducidade do contrato, em razão da má qualidade do serviço de distribuição prestado por ela.
Na carta, são citados os problemas de falta de energia que atingiram os municípios paulistas, incluindo a capital, por vários dias e com prejuízos “imensuráveis”, ocorridos em novembro do ano passado e, mais recentemente, no apagão da última sexta-feira, 11. E, a despeito das cobranças e das medidas de contingência que já deveriam ter sido adotadas, a prestação de serviços continua “falha e dissociada das necessidades dos usuários”, continua a carta.
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