Do desejo à compra: insights sobre o comportamento do consumidor no digital na Black Friday

A Black Friday se consolidou no Brasil como um dos eventos mais aguardados pelos consumidores e pelos varejistas. Originária nos Estados Unidos, essa sexta-feira com tradicionais super descontos chegou ao Brasil em meados do ano de 2010 e já ganhou enorme popularidade, transformando-se em um verdadeiro fenômeno de compras.

Dessa forma, a data ainda se tornou uma oportunidade crucial para os consumidores garantirem produtos desejados a preços mais acessíveis. Para as empresas, representa uma chance de impulsionar as vendas, gerar experimentação dos seus produtos e serviços, bem como fortalecer a presença de marca no mercado.

No Brasil, as vendas online ainda permanecem muito fortes na data. Assim, mesmo que se tenha promoções na loja física, vale a pena investir no digital e disponibilizar também diferentes opções de entrega, como por exemplo, retirada na loja física.

Segundo o último relatório “Do desejo à compra: o comportamento do consumidor na Black Friday”, divulgado e elaborado com dados públicos coletados através do Datalake e formulário aberto pela Macfor, agência especializada em Growth Hacking, 50% dos consumidores preferem comprar online, 32% não têm preferência de canal e o que importa são as promoções, enquanto 18% preferem comprar nas lojas físicas durante esse período.

O relatório ainda mostra o comportamento do consumidor no que tange a pretensão de gastos: o ticket médio para a data é bem alto, já que 41% dos consumidores devem gastar acima de R$ 800 em suas compras. Entre as categorias mais buscadas nessa faixa de preço estão joias, eletrônicos, eletroportáteis, telefonia, informática e eletrodomésticos. Beleza e saúde correspondem a 15%, alimentos e bebidas cerca de 11% e moda e acessórios em torno de 27% das categorias mais buscadas na data.

Outro ponto importante é que, enquanto o consumidor busca pelos itens de maior ticket médio com maior antecedência, o gatilho de compra no dia da Black Friday será a percepção de desconto em cima dos produtos mais desejados. Com relação aos meios de pagamento, o cartão de crédito é preferido por 70% dos consumidores pela facilidade de parcelamento (ponto muito relevante para o brasileiro), porém, o Pix tem ganhado destaque nos últimos tempos, especialmente quando acompanhado de um desconto extra, representando 56% da preferência.

A Macfor ainda aponta que a procura no digital pelo termo Black Friday começa a ser expressiva a partir da última semana de outubro e tem um crescimento acentuado até a data – que ocorre sempre na última sexta-feira do mês de novembro.

Segundo dados da empresa, é perceptível também que a curva do número de pesquisas pelo termo vem diminuindo desde 2019 com uma queda de 14,94% entre 2021 e 2022. Essa queda pode ser causada pela instabilidade financeira e maior disseminação do consumo online ao longo do ano. Diante desse panorama, é fundamental que para as empresas iniciar duas estratégias de comunicação sazonal com antecedência, buscando criar uma presença marcante na mente dos consumidores antes da data oficial.

Por fim, a Black Friday é uma chance de ouro para impulsionar as vendas e conquistar novos clientes no varejo. Ao antecipar as necessidades através da captação de dados de intenção de compra do consumidor, investir em estratégias inovadoras principalmente nos canais digitais, os varejistas podem garantir um posicionamento competitivo e colher os frutos desse evento anual.

Fernanda Dalben é diretora de Marketing da rede de Supermercados Dalben.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Shutterstock

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