Para complementar e gerar uma reflexão a respeito do que foi visto na NRF Retail’s Big Show 2018, a GS&MD, empresa do grupo GS& Gouvêa de Souza, realizou o Retail Executive Summit, com apresentações de especialistas das mais diferentes áreas do setor de varejo.
Um dos palestrantes foi Geoff Dennis, diretor de estratégia global para mercados emergentes da UBS, ele ressaltou que a previsão para 2018 é de que a economia brasileira se recupere.
“Nós estamos esperando que a economia brasileira se recupere em breve, com expectativa de 3% de crescimento este ano, apesar de anos ruins de recessão, 2017 foi um ano de transição com modesta recuperação, e em 2018 esperamos um ano muito mais forte,” ressaltou.
As previsões dos economistas também dizem que os gastos dos consumidores devem crescer, ressalta Dennis, “Estamos esperando que os gastos dos consumidores pulem 4% este ano, em comparação a 1% no ano passado, alguns dos fatores que esperamos que ajude o varejo e a economia são a melhora do mercado de trabalho e o aumento do crédito e confiança do consumidor, o que já vem acontecendo”. O especialista também afirmou que, para o varejo, as previsões são que deve haver um crescimento nominal na ordem de 9,2% nas vendas, e de 5,2% de aumento real, levando em consideração que setores que mais serão beneficiados são os de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos e as melhores oportunidades estão na área de alimentação, vestuário e farmácias.
Um ponto importante ressaltado por Dennis é de que a nova lei trabalhista beneficiará todos os setores.
Volatilidade da moeda
Por outro lado, o Brasil continua sendo visto como uma economia especulativa, os investidores colocam dinheiro no país para gerar lucro e depois o retiram. “Um bom indicativo disso é a volatilidade da moeda”, disse. Neste quesito, o país fica atrás apenas da África do Sul. “Essa volatilidade reflete em um baixo índice de investimentos e de poupança”, concluiu.
O mundo deve ajudar o Brasil a crescer
As condições mundiais da economia também podem contribuir para a volta do crescimento brasileiro. Para Dennis, a economia mundial deve se manter estável.
Outro fator global que pode influenciar o Brasil é a China, que, segundo Dennis, deve ter o crescimento freado de 6,8% para 6,4%. Essa situação pode empurrar dinheiro para outros mercados, incluindo o Brasil.
Riscos para a recuperação da economia
Entre as previsões, ele conclui que nada é certeza, e que o resultado das eleições preocupa investidores de todo o mundo. “Os riscos são óbvios, o crescimento pode não acontecer. A eleição pode trazer alguém que os mercados não considerem favorável”, disse Dennis. Para ele, a economia americana também é um fator que pode ameaçar o crescimento brasileiro. “O maior risco que nós temos, inquestionavelmente, é a economia dos EUA se fortalecer muito, isso iria rapidamente puxar o dinheiro para fora dos países emergentes, incluindo o Brasil.”
O que os investidores e economistas gostariam
“O que nós gostaríamos de ver é um aumento da área de investimentos e taxas de juros menores, isso permitiria que os investidores mundiais considerassem o Brasil como um bom investimento”, concluiu Dennis.