O grupo varejista Soma irá inaugurar três lojas temporárias da Farm nos Estados Unidos, uma em Nova York, onde ficará o escritório americano da grife, e duas na Califórnia, sendo uma em Los Angeles. A empresa segue a tendência de outras companhias que têm aberto operações em outros países, sobretudo Portugal e costa oeste dos Estados Unidos, a fim de contornar a estagnação do mercado brasileiro. A Farm faturou R$ 535 milhões em 2017.
O Soma também irá transformar em monomarca a linha de joias de sua grife mais lucrativa, a Animale, que faturou R$ 570 millhões no ano passado. O faturamento total do grupo é de R$ 1,3 bilhão por ano. A nova marca será chamada Animale Oro e terá a primeira loja inaugurada em um prédio de quatro andares em Ipanema, no Rio, em novembro. Deverão ser abertas 15 lojas da nova bandeira nos próximos quatro anos e cuja operação consumirá R$ 20 milhões da empresa.
A responsável pelo projeto é Claudia Jatahy, irmã e sócia de Roberto Jatahy do Grupo. A empresária afirma que as joias são responsáveis por 10% do faturamento da Animale, que deverá ser desmembrada em monomarcas. A parte de acessórios foi escolhida devido a este forte peso na marca.
No próximo ano devem ser inauguradas lojas da nova marca em dois shoppings no Rio de Janeiro e uma de rua em São Paulo. Os locais ainda não foram escolhidos. Será feita também a expansão em um shopping da capital paulista e uma inauguração em Brasília.
Claudia disse: “Há uma limitação física em nossas lojas que não permitia a expansão de linhas de sucesso. Uma coisa é comunicar uma coleção dentro de um contexto maior [da roupa], outra é trabalhá-la sozinha”.
Os próximos passos devem ser a separação das linhas infantil e moda praia. Roberto Jatahy afirmou que a grife chegou ao limite possível de crescimento, com 72 lojas próprias e 1.050 multimarcas que vendem seus produtos. “Não tem como crescer mais no modelo atual, então, ou era se mexer ou ficar parado esperando essa crise [brasileira] passar”, esclareceu Jatahy.
Marcelo Bastos, cofundador da Farm montou uma estratégia para faturar “pelo menos US$ 100 milhões nos próximos cinco anos”. A marca tem 70 lojas próprias. “Não acredito no modelo de exportação e botar energia para vender R$ 10 milhões por ano. Queríamos chegar com mais força no mercado americano, com preço competitivo e dentro de um segmento de luxo acessível”, disse Bastos.
As lojas americanas seguirão a mesma identidade da marca, com decoração e cheiro. A maior parte da equipe será americana. Apenas dois estilistas e um executivo brasileiros devem se mudar para Nova York. Bastos afirmou: “A receptividade das primeiras vendas nos deram segurança. Só sairemos de lá se formos um fracasso retumbante”.
As peças vendidas no varejo americano deverão ser produzidas na China.
*Informações retiradas da Folha de S. Paulo
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