Uma recuperação do emprego e da renda disponível das famílias, além da queda da taxa de juros, são vistos pelo presidente da Alpargatas, Márcio Utsch, como passo para uma retomada consistente do consumo. O executivo destacou que esses fatores devem contribuir para as vendas da companhia tanto em produtos mais caros como nos de preço mais elevado.
A calçadista fabricante das sandálias Havaianas considera que o crescimento de renda favorece esse produto, tipicamente de tíquete médio menor. Já os calçados esportivos da marca Mizuno são favorecidos pela maior oferta de crédito a juro menor.
“Já começou a melhorar, nos últimos meses as vendas apontam para uma escalada, estamos subindo os degraus”, disse Utsch nesta quinta-feira, 14. Para o executivo, no entanto, ainda há uma dificuldade de se desprender o curso da economia da crise política. “Ainda dependemos de uma separação clara do que é político. O problema ético tem que ser separado”, comentou.
Já o presidente da Suzano, Walter Schalka, avalia que há uma “ligeira retomada” da demanda doméstica brasileira. Durante a premiação, o executivo considerou, no entanto, que ainda não é possível saber o quão sustentável pode ser essa recuperação.
“Vejo uma evolução na economia como um todo, mas isso não é sustentável se as reformas necessárias não forem feitas, sobretudo a da Previdência, mas também a tributária e a reforma política”, concluiu.
O presidente da Guararapes, controladora da Riachuelo, Flávio Rocha, também participa da premiação do Grupo Estado. O executivo acredita que as empresas de varejo que passaram pela crise vão ganhar espaço no mercado pela frente. Rocha afirmou que “os sobreviventes da crise vão ocupar o espaço da carnificina”. Ao longo de 2015 e 2016, pequenos varejistas fecharam as portas e a expectativa é de uma consolidação desse mercado nas mãos de redes maiores.
Fonte: Estadão Conteúdo