O Brasil subiu dez posições e alcançou o 62º lugar no Índice Mundial de Comércio Eletrônico de 2020, da Unctad – Agência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, que classifica 152 países pelo seu grau de preparação no comércio digital entre empresas e consumidores (B2C).
O País, que estava em 72º no ano de 2010, subiu 10 posições devido ao que a agência chama de “confiabilidade fiscal”. Ainda de acordo com o relatório, o B2C no Brasil teve faturamento de US$ 20 bilhões em 2019 e o Mercado Livre é considerado o maior site de e-commerce da América Latina para o B2C.
Em 2020, segundo Felipe Dellacqua, vice-presidente de vendas e sócio da Vtex, multinacional que desenvolve plataformas de e-commerce presente em mais de 30 países, além de alimentação, setores como como móveis, decoração, material de construção, itens de cama, mesa e banho e material de escritório tiveram forte crescimento neste ano de pandemia.
“Uma categoria que surpreendeu bastante foi a de cama mesa e banho, que era pouco representativa, mas cresceu muito e continua muito grande, beirando os percentuais de alimentação”, conta Felipe. Segundo o especialista, o crescimento foi de mais de 300% em número de pedidos a partir de março – entre as empresas atendidas pela Vtex – puxado por alimentos.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), entre abril e setembro de 2020, 11,5 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra pela internet. A associação registrou ainda a criação de mais de 150 mil novas lojas online no período. Outro estudo da Neotrust Compre&Confie, em parceria com a ABComm, indicou que o número de transações no comércio eletrônico, entre janeiro e agosto de 2020, cresceu 80%. O faturamento foi ainda 75,5% maior em relação ao mesmo período de 2019.
Outra pesquisa realizada pela Ebit/Nielsen mostrou que as vendas no comércio eletrônico devem crescer 26% e alcançar R$ 110 bilhões de reais no ano de 2021. De acordo com o estudo, o desempenho das vendas pela internet será impulsionado pelo crescimento do número de consumidores, consolidação dos e-commerces locais, fortalecimento dos marketplaces e logística mais ágil. A pesquisa indicou ainda que 95% das pessoas pretendem continuar fazendo compras online em 2021.
“É uma tendência que veio para ficar. Estamos digitalizando muitos processos que antes eram totalmente físicos para garantir ainda mais conforto ao consumidor. Muitos varejistas físicos adotaram o Whatsapp como canal de compra digitalizando uma compra que seria física. Grande parte do varejo também permitte que se faça a compra por marketplace ou Whatsapp e a retirada seja por meio de drive-thru, o que também é confortável para o consumidor que quer retirar a compra de forma rápida”, explica.
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