O medo do desemprego — que já atinge 13 milhões de pessoas no país, segundo o IBGE — tem impacto direto no comércio varejista, que registrou no mês de fevereiro queda de 3,2% no volume de vendas. É 23ª taxa negativa consecutiva quando comparada a igual período do ano anterior.
“As pessoas estão restringindo os gastos, inclusive com alimentação”, aponta Marco Quintarelli, consultor de varejo do grupo Azo. A afirmativa do especialista é embasada pela última pesquisa divulgada pelo IBGE. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, o comércio varejista acumula uma redução de 2,2% nas vendas e queda de 5,4% na taxa acumulada nos últimos 12 meses, conforme a pesquisa do instituto.
Ainda segundo o levantamento, o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram queda de 0,5%. Para Quintarelli, a retração neste segmento, sinaliza que as pessoas estão priorizando compras menores. “O consumidor tem optado por comprar em lojas de redondeza somente para repor o que faltou na dispensa”, avalia.
De acordo com o especialista, a tendência é que os indicadores de vendas do comércio retomem fôlego à medida que forem gerados mais postos de trabalho. “As pessoas evitam gastar mais que o necessário para ter uma reserva em caso de desemprego”, diz Quintarelli.
Setor de veículos teve alta
O comércio varejista ampliado, que além do varejo inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção teve variação de 1,4% para o volume de vendas em relação ao mês anterior, na série ajustada sazonalmente, e de 1% para receita nominal de vendas.
Mas, quando a comparação é com fevereiro de 2016, o segmento teve redução de 4,2% para o volume de vendas. Nas taxas acumuladas, as variações para o volume de vendas foram de queda de 2,1% no ano e de 7,5% nos últimos 12 meses.